O presidente norte-americano Donald Trump se encontrou Zelensky em Washington nesta segunda-feira (18), dias depois de uma reunião frustrada com Vladimir Putin no Alasca. O encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia acontece em meio a forte pressão internacional para evitar que Kiev aceite um acordo desfavorável a Moscou.
A reunião ocorre após a cúpula de sexta-feira (15) entre Trump e Putin, que não trouxe avanços concretos, embora o americano tenha descrito o encontro como “produtivo”. Putin, por sua vez, sugeriu uma nova rodada de negociações em Moscou. O impasse alimentou temores de que os Estados Unidos possam ceder em pontos sensíveis, deixando a Ucrânia em posição vulnerável.
O peso das negociações anteriores
Na reunião com Putin, Trump afirmou: “Não há acordo até que haja um acordo”. Ainda assim, deu sinais de que considerava a conversa um passo inicial.
O líder russo classificou o momento como um “ponto de partida” tanto para o conflito com Kiev quanto para as relações bilaterais com Washington, que segundo ele vivem seu pior nível desde a Guerra Fria.
Apesar das declarações públicas de cordialidade, a ausência da Ucrânia nas negociações de sexta-feira gerou críticas. Zelensky reagiu em suas redes, destacando que “uma reunião de líderes é necessária – no mínimo, Ucrânia, Estados Unidos e o lado russo”. Sua mensagem refletiu o receio de que qualquer acordo fechado sem Kiev poderia comprometer a soberania do país.
Zelensky em busca de apoio
O encontro em Washington, que reuniu também líderes do Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Finlândia, União Europeia e Otan, foi descrito como um momento decisivo. A expectativa dos aliados é reforçar a posição da Ucrânia diante da pressão russa e da mudança de postura de Trump após a reunião com Putin.
Antes da reunião coletiva, Trump encontra Zelensky de forma privada.
Em sua plataforma Truth Social, o presidente americano declarou que o líder ucraniano poderia “encerrar a guerra com a Rússia quase imediatamente, se quiser, ou pode continuar lutando”. A frase foi recebida em Kiev como um sinal de que Washington pode estar tentando forçar concessões territoriais.
A posição firme da Ucrânia
Zelensky, no entanto, rejeitou as propostas russas apresentadas na última cúpula, incluindo a exigência de ceder totalmente a região leste de Donetsk. Em Bruxelas, no domingo (17), o presidente ucraniano lembrou que a Constituição de seu país impede a cessão de territórios. “Precisamos de negociações reais, o que significa que podemos começar onde a linha de frente está agora”, afirmou.
Ao chegar aos Estados Unidos, Zelensky ressaltou a importância do apoio internacional: “A Rússia precisa encerrar esta guerra — a guerra que ela começou. E espero que nossa força compartilhada com os Estados Unidos e nossos amigos europeus leve a Rússia a uma paz real”. Sua fala buscou demonstrar confiança, mas também alertar contra a possibilidade de um acordo que enfraqueça a posição ucraniana.
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