De acordo com a Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE, a taxa de desemprego em setembro de 2025 permaneceu em 5,6%, repetindo o menor patamar da série histórica iniciada em 2012. O resultado ficou levemente acima do consenso de mercado, que projetava 5,5%, mas ainda representa uma melhora significativa em relação aos trimestres anteriores. No trimestre móvel anterior, a taxa era de 5,8%, e no mesmo período de 2024, 6,4%.
Esse desempenho reforça a tendência de estabilidade do mercado de trabalho, mesmo diante de um cenário econômico ainda desafiador. O número de pessoas desocupadas foi estimado em 6,0 milhões — o menor contingente da série histórica — o que indica uma queda de 3,3% em relação ao trimestre anterior e de 11,8% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Subutilização e desalento em queda
A taxa de subutilização da força de trabalho caiu para 13,9% no trimestre encerrado em setembro, o menor nível desde 2014. O indicador mede não apenas os desempregados, mas também aqueles que trabalham menos horas do que gostariam ou que desistiram de procurar emprego. Em números absolutos, o contingente de pessoas subutilizadas foi de 15,8 milhões, uma redução de 664 mil no trimestre e de 2 milhões no acumulado de 12 meses.
A população desalentada — pessoas que desistiram de buscar emprego — ficou em 2,6 milhões, também o menor número desde 2015. Essa melhora mostra uma recuperação consistente do mercado de trabalho formal e informal, acompanhada de aumento na confiança do trabalhador.
Recorde de empregados com carteira assinada
Entre os trabalhadores com carteira assinada, o Brasil registrou um novo recorde: 39,2 milhões de empregados no setor privado, excluídos os domésticos. Isso representa um crescimento de 2,7% em relação ao mesmo trimestre de 2024, ou cerca de 1 milhão de novas vagas. Já o número de empregados sem carteira caiu 4%, totalizando 13,5 milhões de pessoas.
O contingente total de trabalhadores ocupados chegou a 102,4 milhões, estável em relação ao trimestre anterior, mas 1,4 milhão acima do registrado no mesmo período do ano passado. Essa estabilidade reflete uma consolidação do emprego formal e uma leve redução da informalidade, que ficou em 37,8%, abaixo dos 38,8% registrados um ano antes.
Rendimento e massa salarial em alta
O rendimento médio real habitual alcançou R$ 3.507, o maior valor da série histórica. Houve estabilidade frente ao trimestre anterior (variação de 0,3%) e crescimento de 4,0% em relação a 2024. Já a massa de rendimento real habitual — que soma os ganhos de todos os trabalhadores — chegou a R$ 354,6 bilhões, com alta anual de 5,5%.
O avanço dos rendimentos reforça o impacto positivo da formalização e do aumento de salários em setores como administração pública, construção civil e agricultura, que apresentaram crescimento real nos ganhos médios.
Panorama geral: estabilidade com sinais de avanço
Os dados da Pnad Contínua mostram que o mercado de trabalho brasileiro segue sólido, com taxa de desemprego em setembro em nível historicamente baixo e expansão gradual dos rendimentos. Embora o ritmo de geração de empregos tenha desacelerado, a redução da subutilização e do desalento indica uma melhora qualitativa nas condições de trabalho.
O cenário aponta para uma economia que, mesmo com desafios externos e internos, vem conseguindo preservar o emprego e aumentar o poder de compra dos brasileiros.
Leia também:






