A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio de 2025, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma melhora significativa em relação aos 6,6% registrados no mês anterior e surpreende positivamente, já que as previsões eram de 6,4%.
Este é o menor patamar para o trimestre desde o segundo semestre de 2015, refletindo a recuperação gradual do mercado de trabalho brasileiro. Em relação ao mesmo período de 2024, a taxa de desocupação recuou um ponto percentual — de 7,2% para os atuais 6,2%.
A população desocupada caiu para 6,8 milhões de pessoas, uma redução de 644 mil frente ao trimestre anterior (queda de 8,6%) e de 955 mil em relação ao mesmo período do ano passado (queda de 12,3%).
Já a população ocupada alcançou 103,9 milhões, com aumento de 1,2% no trimestre (mais 1,2 milhão de pessoas) e de 2,5% em relação ao ano anterior (mais 2,5 milhões). Com isso, o nível de ocupação (proporção de pessoas trabalhando entre aquelas em idade de trabalhar) subiu para 58,5%.
A taxa composta de subutilização da força de trabalho — que considera não só os desempregados, mas também os que trabalham menos do que gostariam ou estão disponíveis, mas não procuram emprego — caiu para 14,9%. Isso representa uma retração de 0,8 ponto percentual frente ao trimestre anterior e de 1,9 ponto em relação ao ano passado.

Taxa de desemprego da Pnad: recorde no número de empregados com carteira assinada
Entre os destaques positivos, está o recorde no número de empregados com carteira assinada no setor privado (excluindo domésticos), que chegou a 39,8 milhões. O número representa alta de 3,7% no ano (mais 1,4 milhão de trabalhadores).
O setor público também contribuiu para a expansão do emprego, com crescimento de 4,9% no trimestre e de 3,4% no ano, totalizando 13 milhões de ocupados. O trabalho por conta própria segue em alta, com 26,2 milhões de pessoas — crescimento de 2,8% em relação a 2024.
Apesar dos avanços, a informalidade ainda permanece elevada: 37,8% da população ocupada, o que representa 39,3 milhões de trabalhadores. Ainda assim, houve leve recuo em relação aos trimestres anteriores.
Outro destaque é o crescimento do rendimento médio real habitual, que atingiu R$ 3.457 — alta de 3,1% em 12 meses. Já a massa de rendimento real da população ocupada bateu recorde histórico, alcançando R$ 354,6 bilhões, com avanço de 5,8% na comparação anual.
Setores em crescimento
Na análise por atividades, a maior contribuição no trimestre veio do setor de Administração pública, educação e saúde, que gerou 684 mil novas ocupações (alta de 3,7%). Em relação ao ano passado, outros setores também apresentaram desempenho expressivo, como:
- Indústria geral: +501 mil (+3,9%)
- Comércio e reparação de veículos: +655 mil (+3,4%)
- Transporte e armazenagem: +395 mil (+7%)
- Informação e atividades profissionais: +475 mil (+3,7%)
Por outro lado, a agropecuária foi o único setor a apresentar retração anual (-3,9%), com redução de 307 mil ocupações.
Desalento e subocupação em queda
O número de desalentados — pessoas que desistiram de procurar emprego — caiu para 2,9 milhões, uma queda de 10,6% no trimestre e de 13,1% no ano. A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas teve leve aumento no trimestre (3,8%), mas apresentou queda de 9,1% no ano.