O Produto Interno Bruto (PIB) anualizado dos EUA caiu 0,2% no 1º trimestre de 2025, conforme divulgado nesta quarta-feira (29) pelo Escritório de Análise Econômica (BEA). A expectativa do mercado era de uma queda de 0,3% a 0,4%.
De acordo com o BEA, a contração no produto interno bruto foi influenciada principalmente por um aumento nas importações — que entram negativamente no cálculo do PIB — e pela redução nos gastos governamentais.
Por outro lado, houve um avanço nos investimentos privados, no consumo das famílias e nas exportações, o que ajudou a suavizar a queda. Esta foi a segunda estimativa do órgão para o período, e os números foram revisados positivamente em 0,1 ponto percentual frente à primeira leitura, impulsionados por uma correção para cima nos investimentos, ainda que o consumo tenha sido revisto para baixo.

PIB dos EUA: o que o dado revela sobre a economia
Esse tipo de indicador é relevante porque traz indícios sobre os efeitos das políticas econômicas do governo Donald Trump e ajuda a antecipar movimentos nos juros e nos mercados financeiros.
Embora Trump pressione por cortes nas taxas de juros, o Federal Reserve (o banco central dos EUA) tem adotado cautela e mantido os juros estáveis, principalmente devido aos riscos inflacionários. Medidas como a imposição de tarifas sobre produtos importados e ações rígidas na política migratória podem contribuir para o aumento dos preços, levando o Fed a manter uma postura conservadora.
Uma atividade econômica mais fraca pode, no entanto, indicar uma redução nessas pressões inflacionárias, o que abriria espaço para futuros cortes de juros. Nesse cenário, os títulos do Tesouro americano (os “treasuries”) teriam rendimentos menores, incentivando investidores a buscar alternativas em economias emergentes, como a brasileira.
Por outro lado, a queda no PIB também pode ser interpretada como um sinal de fragilidade econômica, o que levanta preocupações globais. Como os EUA têm forte influência sobre o comércio e os fluxos de capital internacionais, uma desaceleração mais intensa pode provocar efeitos negativos em cadeia, afetando exportações, investimentos e o crescimento econômico de outras nações.