O Brasil ficou na 7ª posição em ranking de crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2023, que tem 46 países. O levantamento foi elaborado pela agência de classificação Austin Rating. Segundo Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, no semestre, o PIB do Brasil foi o que mais cresceu dentre todos os outros listados.
O PIB do Brasil cresceu 0,9% no segundo trimestre de 2023. No semestre, o avanço foi de 3,7%, segundo dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira (1°).
Agostini avalia que o resultado do trimestre surpreendeu positivamente. A Austin Rating projetava uma alta de 0,8%, acima da mediana do mercado de 0,3%.
“O que nos surpreendeu de fato foi o desempenho desagregado, da indústria, que reverteu a queda, e o setor de serviços que manteve o bom desempenho. Mesmo a desaceleração da agropecuária que já era esperada não foi tão expressiva. Do lado do consumo, as famílias continuam firmes, o que nos mostra uma resiliência forte do mercado de trabalho e melhora a perspectiva do PIB”, pontua.
A colocação do Brasil foi uma surpresa positiva justamente por conta do resultado do segundo trimestre, não pelos outros países que integram a lista, explica o economista.
Veja o ranking*:
- 1°. Japão: 1,5%;
- 2°. Eslovênia: 1,4%;
- 3°. Taiwan: 1,4%;
- 4°. Costa Rica: 1,3%
- 5°. Turquia: 1,3%
- 6°. Malásia: 1,0%;
- 7°. Brasil: 0,9%;
- 8°. Romênia: 0,9%;
- 9°. China: 0,8%;
- 10°. Indonésia: 0,8%;
- 14°. Estados Unidos: 0,6%;
- 26°. Reino Unido: 0,2%;
- 31°. Alemanha: 0,0%;
- 46°. Polônia: -2,2%.
PIB do Brasil: o que esperar?
Após os dados positivos do segundo trimestre de 2023, a Austin Rating passa a trabalhar com um viés de alta de revisão do PIB do Brasil. A projeção da agência, atualmente, é de crescimento de 2,4%, mas com um viés de 2,6%.
“Isso porque os dados vieram acima do que esperávamos e todo o contexto macroeconômico parece trabalhar para isso”, diz Agostini.
Entre os motivos para a perspectiva otimista estão a queda da taxa de juros, que vai estimular o consumo de famílias de média e alta renda; o programa Desenrola, que resgatou o canal de crédito de famílias de baixa renda; o governo antecipando parte da reforma tributária, aprovando o arcabouço fiscal.
“Tudo isso contribui na perspectiva positiva para o PIB em 2023 e consolida para o ano que vem o crescimento de 1,6%, que é a projeção da Austin Rating”, complementa.
O Boletim Focus de segunda-feira (28), divulgado pelo Banco Central com a mediana de projeções do mercado financeiro, estima que o PIB do Brasil no final de 2023 seja de 2,31%. Para 2024, a variação é de 1,33%.
A EQI Asset projeta um avanço de 2,30% para o PIB do Brasil em 2023. Considerando os dados divulgados nesta sexta-feira (1°), a gestora avalia um avanço no ano entre 3% e 3,5%. Para 2024, a projeção é de 1%.
Para a visão se consolidar, o economista-chefe da Austin Rating diz que o cenário internacional terá um papel importante, sem nenhuma grande mudança de China, Estados Unidos ou Europa. “A princípio, todos trabalham com pouso suave, que é o que acontecerá no Brasil no segundo semestre”, completa.
*A primeira versão dos dados apresentava o PIB do Brasil como 12ª maior economia no 2º trimestre. Alguns dados de países já estavam em taxa anualizada, por isso os ajustes foram realizados.