O Produto Interno Bruto (PIB) da China registrou um crescimento anual de 5,4% entre janeiro e março, impulsionada principalmente por fortes exportações antes da entrada em vigor das novas tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A informação foi divulgada pelo governo chinês nesta quarta-feira (16).
O resultado veio acima das expectativas de 5,1% do mercado, sendo impulsionado por uma produção industrial 7,7% maior em março e vendas no varejo em alta de 5,9%.
PIB da China: analistas preveem desaceleração
Apesar do desempenho positivo no início do ano, analistas preveem uma desaceleração significativa nos próximos meses, com a implementação de tarifas de até 145% sobre produtos chineses importados pelos Estados Unidos.
Como resposta às medidas dos EUA, Pequim anunciou tarifas de 125% sobre produtos americanos, mas reiterou seu compromisso com a abertura comercial e o incentivo ao investimento estrangeiro.
De acordo com Sheng Laiyun, porta-voz do Departamento Nacional de Estatísticas, as novas tarifas devem exercer pressão sobre a economia no curto prazo, mas não comprometerão o crescimento de longo prazo. “A base da economia chinesa é sólida, resiliente e cheia de potencial. Temos confiança, capacidade e segurança para enfrentar os desafios externos e alcançar nossas metas de desenvolvimento”, afirmou.
Na comparação trimestral, a economia cresceu 1,2% entre janeiro e março, uma desaceleração em relação aos 1,6% registrados no último trimestre de 2024.
As exportações chinesas cresceram mais de 12% em março em relação ao ano anterior, e cerca de 6% no acumulado do primeiro trimestre (em dólares), impulsionadas pela corrida das empresas para antecipar as tarifas americanas. Esse movimento sustentou a atividade manufatureira, especialmente na produção industrial, que subiu 6,5% no período.
O destaque ficou por conta do setor de alta tecnologia: a fabricação de veículos elétricos e híbridos a bateria avançou 45,4% em relação ao ano anterior. A produção de impressoras 3D teve alta de quase 45%, e a de robôs industriais cresceu 26%.
A guerra tarifária ocorre em um momento em que o governo chinês busca estimular investimentos corporativos, gerar mais empregos e incentivar o consumo interno. Esses esforços já mostram sinais positivos, com as vendas no varejo apresentando um aumento de 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
Ainda assim, tanto economistas do setor público quanto do privado adotam uma postura cautelosa quanto às perspectivas futuras, diante da imprevisibilidade nas decisões de Trump sobre a guerra comercial.
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