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Ouro supera US$ 3.500 pela 1ª vez na história

Ouro supera US$ 3.500 pela 1ª vez na história

O ouro superou a marca dos US$ 3.500 por onça-troy, atingindo uma máxima histórica e confirmando o forte apetite dos investidores por ativos de proteção. A disparada ocorreu em meio a uma onda de incertezas no mercado, alimentada por boatos de que Donald Trump estaria cogitando substituir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, uma possibilidade que abalou a confiança nas políticas monetárias dos EUA.

Na manhã desta terça-feira (22), o metal precioso chegou a avançar 2,2%, antes de recuar levemente com a realização de lucros. O ambiente de tensão fez com que investidores abandonassem ações, títulos e dólar, reforçando a corrida por ativos considerados seguros, como iene, franco suíço e o próprio ouro.

Os recentes pedidos de Trump para que o Fed corte juros imediatamente foram interpretados como uma tentativa de interferência, pressionando o dólar ao nível mais baixo desde 2023.

“A alta acelerada do ouro neste ano mostra que os mercados têm menos confiança nos EUA do que nunca”, comentou Lee Liang Le, analista da Kallanish Index Services. “A narrativa do ‘Trump Trade’ virou uma narrativa de ‘venda da América’.”

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Desde o início de 2025, o ouro já acumula uma valorização de cerca de 33%, beneficiado por tensões comerciais prolongadas e pela queda da confiança nos ativos denominados em dólar. A crescente demanda por ETFs lastreados em ouro, somada à atuação compradora de bancos centrais, tem sustentado esse rali ao longo de todos os meses do ano.

Segundo Kamakshya Trivedi, estrategista-chefe de câmbio, juros e emergentes do Goldman Sachs, “a valorização do ouro mostra que há uma busca por diversificação fora dos ativos em dólar em direção a uma gama mais ampla de portos seguros”, conforme declarou à Bloomberg TV.

A disparada levou grandes instituições financeiras a ajustarem suas projeções. O Goldman Sachs, por exemplo, projeta que o ouro pode alcançar os US$ 4.000 por onça até meados do ano que vem. Já o Jefferies afirmou que o metal pode ser “o único verdadeiro ativo de proteção que resta”, destacando o ceticismo atual até mesmo em relação aos Treasuries americanos.

No entanto, o forte movimento de alta também acendeu alertas técnicos. O índice de força relativa de 14 dias, que mede o ritmo das oscilações de preço, passou de 78 — acima da linha dos 70, que indica sobrecompra. Ainda assim, analistas mantêm a perspectiva positiva no médio prazo.

“O ouro está extremamente sobrecomprado no curto prazo, o que o torna vulnerável a uma correção. Isso, no entanto, não deve ser confundido com sua trajetória de médio prazo: o ouro se comporta melhor em momentos de estresse econômico global, e a escala da incerteza atual é imensa”, avaliou Ven Ram, estrategista da Bloomberg.

Às 6h37, horário de Brasília, a cotação à vista do ouro registrava alta de 0,9%, sendo negociado a US$ 3.454,88 por onça. O índice Bloomberg Dollar operava de forma estável, enquanto a prata caía e os metais paládio e platina subiam.

A valorização do ouro também deu impulso ao setor de mineração. Na bolsa de Hong Kong, as ações da Zijin Mining Group saltaram mais de 6% no dia e já acumulam ganhos superiores a 25% em 2025.

Por volta das 8h (horário de Brasília), o ouro no mercado à vista registrava alta de 1,16%, sendo cotado a US$ 3.464,76 por onça-troy.

No dia anterior, o metal precioso já havia acumulado um ganho superior a 3%, alcançando seu terceiro recorde consecutivo. O movimento foi impulsionado pelo aumento das tensões geopolíticas, forte demanda por parte dos bancos centrais e persistentes preocupações com a inflação global.

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Preços do ouro podem chegar a US$ 5.000 

Diante do cenário atual, principalmente com o agravamento das tensões entre Estados Unidos e China, a consultoria financeira global deVere Group projeta que o preço do ouro pode atingir a marca de US$ 5.000 por onça.

A previsão foi feita pelo CEO da empresa, Nigel Green, em um momento em que o valor do metal continua a disparar, recentemente ultrapassando novos recordes históricos acima de US$ 3.450 durante o pregão asiático de terça-feira.

Investidores ao redor do mundo se preparam para o que pode se transformar em uma prolongada guerra econômica entre as duas maiores potências globais, o que tem alimentado ainda mais a valorização do ouro.

Para Nigel Green, o cenário atual representa um processo de desacoplamento estratégico entre as economias de EUA e China, cujos efeitos ultrapassam a esfera comercial. Nesse contexto, ele enxerga o ouro como o principal instrumento de proteção financeira.

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