O banco norte-americano Morgan Stanley elevou sua recomendação para a bolsa brasileira de “neutra” para “overweight” (acima da média do mercado), projetando que o Ibovespa pode alcançar os 189 mil pontos até meados do ano que vem.
Segundo relatório divulgado pelos estrategistas do banco, o cenário político e macroeconômico do Brasil tende a se tornar mais favorável à renda variável nos próximos trimestres, especialmente com o início de um ciclo de mudanças na política fiscal.
“Acreditamos que o calendário eleitoral carregado dos próximos 18 meses abre espaço para o início de uma mudança de política. Gostamos da relação risco-retorno no Brasil, onde o cenário otimista se tornou mais provável, em nossa visão”, afirmou o relatório do banco.
Morgan Stanley: serviços financeiros e estatais podem se beneficiar com eleições
Como parte dessa estratégia, o Morgan Stanley aumentou a exposição a setores como serviços financeiros, estatais, “utilities” e empresas de concessões. A avaliação do banco é de que esses segmentos podem se beneficiar da aproximação do período eleitoral, do enfraquecimento da aprovação da atual plataforma política, das taxas de juros no pico do ciclo e da possibilidade de recuo no dólar e nos juros globais.
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“Embora ainda estejamos a aproximadamente 18 meses das eleições presidenciais de 2026, observamos sinais de enfraquecimento do apoio à plataforma política atual em comparação com padrões históricos”, destacaram. O banco ressalta que a taxa líquida de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – diferença entre aprovação e desaprovação – segue uma trajetória semelhante à do ex-presidente Jair Bolsonaro no mesmo ponto de seu mandato, e está “muito abaixo da média de aprovação dos presidentes que foram reeleitos”.
Na visão do Morgan Stanley, o mercado brasileiro de ações continua atrativo do ponto de vista de precificação. “O Brasil está muito barato, possui um mercado de capitais profundo, mas com um posicionamento extremamente voltado à renda fixa, necessário para financiar um déficit orçamentário de cerca de 10%, enquanto a alocação em ações está em níveis historicamente baixos”, apontam os analistas.