O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negou nesta quinta-feira (16) o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro para viajar aos Estados Unidos e acompanhar a posse de Donald Trump, marcada para a próxima segunda-feira (20).
Na decisão, Moraes argumentou que os comportamentos recentes de Bolsonaro indicariam um suposto risco de tentativa de fuga do país, com o objetivo de evitar uma eventual responsabilização penal. O ministro também citou declarações públicas de Bolsonaro e de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, segundo ele, endossam a fuga de pessoas condenadas pelos episódios de 8 de janeiro de 2023 para países como a Argentina.
Entre os elementos utilizados pelo ministro do STF Moraes para justificar a decisão está uma entrevista concedida pelo ex-presidente à Folha de S.Paulo, em novembro do ano passado, na qual Bolsonaro teria cogitado pedir refúgio em uma embaixada para evitar possível prisão. O ministro afirmou que o cenário que motivou a apreensão do passaporte do ex-presidente, em fevereiro de 2024, permanece inalterado.
Defesa de Jair Bolsonaro havia solicitado devolução de passaporte a Moraes
Na semana passada, a defesa de Bolsonaro havia solicitado a devolução do passaporte para que ele pudesse viajar aos Estados Unidos entre os dias 17 e 22 de janeiro. Moraes, entretanto, solicitou provas do convite formal feito por Trump, o que não foi apresentado.
“O indiciado Jair Messias Bolsonaro continua a apresentar condutas que indicam a possibilidade de evasão para se furtar à aplicação da lei penal, em linha com os discursos em defesa de fuga e asilo no exterior para os condenados pelo Supremo Tribunal Federal em casos relacionados à tentativa de golpe de Estado e à abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, escreveu Moraes, em sua decisão.
De acordo com a decisão, a defesa alegou que o convite foi feito por e-mail enviado ao deputado Eduardo Bolsonaro, mas Moraes considerou o conteúdo insuficiente, apontando que o endereço eletrônico era “não identificado” e não incluía informações detalhadas, como programação oficial.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também se manifestou contrário ao pedido, argumentando que Bolsonaro não demonstrou necessidade imprescindível ou interesse público na viagem.
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