O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, declarou nesta terça-feira (8) que as questões ideológicas e as posições diplomáticas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm prejudicado o trabalho da Defesa. Segundo ele, a população não tem clareza sobre as atividades do ministério, e ainda há “ranços ideológicos” contra os militares.
Durante um evento com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Múcio destacou que a Defesa sofreu uma redução de 47% nos investimentos nos últimos anos, motivada por divergências ideológicas e programáticas que desvalorizam o setor. Ele também mencionou um impasse envolvendo uma licitação vencida por uma empresa israelense, que não foi concluída devido a tensões diplomáticas relacionadas à guerra entre Israel e grupos como o Hamas.
“A questão diplomática interfere na Defesa. Houve agora uma concorrência, uma licitação. Venceram os judeus, o povo de Israel, mas por questões da guerra, o Hamas, os grupos políticos, nós estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas não podemos aprovar. O TCU não permitiu dar ao 2º colocado e nós estamos aguardando que essas questões passem para que a gente possa se defender”, disse ele, segundo informações do Poder 360.
Outro exemplo citado pelo ministro da Defesa foi a venda de munição para a Alemanha, que foi interrompida porque o material poderia ser enviado para a Ucrânia, o que poderia impactar os acordos do Brasil com a Rússia em relação aos fertilizantes.
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Temas polêmicos com o ministro da defesa
Além das guerras, Múcio também teve falas que chamaram a atenção em outros temas:
- Potássio X indígenas: “Nós, por exemplo, importamos potássio do Canadá quando temos a 2ª maior reserva de potássio aqui, mas, por questões ideológicas, a Constituição prevê, mas como está embaixo da terra dos indígena, nós não podemos explorar o nosso potássio”;
- Golpe de 1964 X 8 de Janeiro de 2023: “A esquerda achava que eles [Forças Armadas] haviam projetado aquele golpe e a direita ficou zangada porque não se deu golpe. Então, nós ficamos sem ter com quem conversar, com quem discutir. Por quê? Porque, se muita gente debita às Forças Armadas o golpe de 64, precisava ser creditado às Forças Armadas não ter havido golpe em 2023. Foram as Forças Armadas que preservaram e seguraram a nossa democracia, mas a sociedade sabe disso? Não”;
- Desconhecimento sobre a Defesa: “O Ministério da Defesa, o nome da Defesa, não é porque a gente vive defendendo o país. A gente vive se defendendo da sociedade, da imprensa, dos políticos, dos governos, pelo absoluto desconhecimento do que é Ministério da Defesa, indústria de defesa no Brasil”.
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