O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai à China de 11 a 14 de abril e os governos de ambos os países já trabalham na programação para, em breve, divulgar a agenda.
A informação foi confirmada pelo Palácio do Planalto, bem como pelo país de Xi Jinping, visto que a viagem havia sido cancelada por conta de uma pneumonia.
Na prática, Brasil e China são bons parceiros comerciais e o fato de Lula manter a neutralidade em assuntos recentes de geopolítica internacional tem servido para aproximar ainda mais os líderes.
A agenda anterior, cancelada, anunciava o petista na Ásia em 26 de março. Porém, um diagnostico de broncopneumonia bacteriana e viral pelo vírus influenza A e obrigou o chefe do Poder Executivo a suspender a empreitada.
Do lado corporativo, a viagem também é bastante aguardada por empresários de variados segmentos, em especial os do setor agro. Isso porque a China é um grande consumidor das proteínas produzidas no Brasil.
A expectativa é de que o presidente brasileiro vá a Pequim, capital do país, e Xangai. O encontro com Xi Jinping deve ser realizado em 14 de abril.
Há, na pauta não oficial, a intenção de criar um comércio de crédito de carbono entre os dois países. Isso porque o Brasil é um dos países com maior potencial de produção de créditos de carbono pela presença da floresta amazônica em seu território e matrizes limpas para produção de energia.
Ainda assim, vale destacar que o comércio desse tipo de crédito ainda não está regulado, sendo permitido só o mercado voluntário.

Lula vai à China
A comitiva brasileira que foi a China na semana que o presidente Lula precisou cancelar efetuou uma série de acordos privados.
Pode-se destacar que o Banco Bocom BBM anunciou a adesão ao China Interbank Payment System (Cips). O Cips é a alternativa chinesa ao Swift, ambos sistemas de compensação financeira que facilitam transações em moedas locais entre os países.
Neste contexto, a sucursal brasileira do Industrial and Commercial Bank of China (ICBC), o maior banco do mundo, passa a atuar como banco de compensação do renminbi no Brasil, ou “clearing house”.
Moeda própria
Outro ponto em evidência é que Brasil e China vão usar suas moedas próprias em transações comerciais. Os dois países anunciaram nesta semana a criação de uma Cleaning House, ou câmara de compensação, que funcionará como uma instituição bancária para permitir a realização de negócios e a concessão de empréstimos em real e yuan, sem o uso da moeda norte-americana.
A China é hoje o maior parceiro comercial do Brasil, que exportou US$ 89,4 bilhões ao país em 2022, ou 26,8% de suas vendas para o exterior, e importou US$ 60,7 bilhões, ou 22,3% das compras. O saldo positivo na balança, porém, se deve principalmente à exportação de commodities, enquanto o Brasil importa produtos de maior valor agregado, como eletrônicos.
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