O presidente Luis Inácio Lula da Silva afirmou que a indicação do presidente do Banco Central (BC) deve ser feita pensando nos interesses do Brasil, e não do mercado.
“Eu não indico o presidente do BC para o mercado. Ele vai ter que tomar conta dos interesses do Brasil. Mercado tem que se adaptar a isso”, argumentou Lula em entrevista ao portal UOL na manhã desta quarta-feira (26).
A declaração foi feita em meio a questionamentos de jornalistas sobre possíveis candidatos para ocupar a vaga na instituição após a saída de Roberto Campos Neto, prevista para dezembro deste ano.
Entre os nomes mencionados estavam Aloizio Mercadante e Guido Mantega, mas o mais cotado até o momento é Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do BC.
“É um companheiro altamente preparado, conhece o sistema financeiro. Mas ainda não estou pensando na questão do BC”, disse Lula sobre Galípolo.
Lula também criticou a atuação do BC em manter a taxa de juros da Selic em 10,50%, questionando a necessidade dessa taxa quando a inflação está em 4%. Ele sugeriu que a culpa não é do BC, mas da estrutura que foi criada, e questionou se o BC terá um plano de meta de crescimento.
O presidente continuou criticando a taxa de juros e pediu que empresários do setor produtivo, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) fizessem passeatas contra a taxa de juros, em vez de reclamar do governo.
Lula também criticou as projeções de crescimento da economia brasileira feitas por entidades especializadas, afirmando que o mercado sempre precifica a desgraça e trabalha para que as coisas não deem certo. Ele declarou que a economia vai crescer mais do que os especialistas têm previsto até agora.
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Quais são os nomes especulados para a presidência do BC em 2025?
Gabriel Galípolo, de 42 anos e atual diretor de Política Monetária do BC, é o principal candidato a se tornar o novo presidente da instituição.
Outros nomes que ganharam destaque nas especulações do mercado incluem o ex-diretor do BC Luiz Awazu, o ex-ministro Guido Mantega e Aloizio Mercadante, que atualmente preside o BNDES.
Awazu chamou a atenção recentemente por sua participação em uma audiência pública no Senado, onde discutiu uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre a autonomia financeira e orçamentária do Banco Central, posicionando-se contra a proposta, alinhado com o governo.
De acordo com especialistas do mercado, a indicação de Galípolo é vista como a opção mais otimista, enquanto Mantega e Mercadante são considerados as piores possibilidades.
Também foram mencionados como possíveis candidatos Fernando Honorato Barbosa, economista-chefe do Bradesco, e André Lara Resende, economista que já atuou como diretor do BC, presidente do BNDES e fez parte da equipe que criou o Plano Real.
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