O IPCA-15 de novembro subiu 0,20%, acima da previsão de 0,18%, e reforça uma leitura mais resistente para a inflação brasileira. O resultado ficou 0,02 ponto percentual acima de outubro. O indicador acumulou alta de 4,50% em 12 meses, o consenso do mercado era de 4,49%.
Os dados divulgados pelo IBGE ajudam a entender como cada grupo de consumo vem pesando no bolso das famílias.
Avanço do índice e comportamento dos grupos
O IPCA-15 de novembro acelerou de 0,18% para 0,20% apoiado por altas em sete dos nove grupos pesquisados. Despesas pessoais registrou a maior variação, com 0,85%, influenciada principalmente por hospedagem, que avançou 4,18%, e pelo pacote turístico, que subiu 3,90%. Saúde e cuidados pessoais cresceu 0,29%, puxado pelo plano de saúde que teve alta de 0,50%.
Transportes avançou 0,22% e trouxe o maior impacto individual do mês por causa das passagens aéreas, que aumentaram 11,87%. O movimento compensou quedas nos combustíveis, que recuaram 0,46%. Etanol, gasolina e diesel mostraram reduções, enquanto apenas o gás veicular subiu 0,20%.
Alimentação volta ao terreno positivo
Depois de cinco meses de queda, Alimentação e bebidas subiu 0,09%. A alimentação no domicílio ainda ficou negativa, com recuo de 0,15%, influenciado por leite longa vida, arroz e frutas. Por outro lado, batata inglesa aumentou 11,47%, o óleo de soja teve alta de 4,29% e as carnes avançaram 0,68%.
A alimentação fora do domicílio acelerou para 0,68%. O aumento foi guiado pela refeição, que passou de 0,06% para 0,56%, e pelo lanche, que foi de 0,42% para 0,97%. O comportamento desses itens mostra demanda aquecida nos serviços de alimentação.
Energia elétrica limita avanço em Habitação
Habitação subiu 0,09%, ritmo menor que o de outubro. A energia elétrica residencial continuou negativa, com queda de 0,38%, mesmo com a cobrança da bandeira vermelha patamar 1, que adiciona 4,46 reais a cada 100 kWh consumidos. O grupo também incorporou reajustes tarifários em Goiânia, São Paulo e Brasília, o que amenizou parte da queda.
Na taxa de água e esgoto, o reajuste de 9,75% em Fortaleza elevou o subitem para 0,13%. Condomínio e aluguel residencial tiveram altas de 0,38% e 0,37%, respectivamente.
Panorama regional e coleta dos preços
Dez das onze regiões pesquisadas mostraram alta em novembro. Belém liderou com 0,67%, impulsionada por hospedagem, que subiu 155,24%, e por passagens aéreas, que cresceram 25,32%. Belo Horizonte teve o menor resultado, com queda de 0,05%, por causa do recuo da gasolina e das frutas.
O IPCA-15 de novembro é referente aos preços coletados entre 14 de outubro e 13 de novembro. O indicador usa a mesma metodologia do IPCA, mas com período de coleta diferente e abrangência específica para famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.
O avanço do IPCA-15 de novembro, acima do esperado, mostra que serviços, turismo e saúde continuam pressionando o indicador. Esses dados entram no radar das decisões econômicas e ajudam a mapear os fatores que seguem mantendo a inflação em ritmo moderado, mas ainda sensível a choques de demanda e reajustes de preços administrados.
Leia também:






