A inflação na zona euro recuou em janeiro pelo terceiro mês – conforme levantamento do Eurostat – e se fixou nos 8,6%.
De acordo com o gabinete oficial de estatísticas, trata-se da taxa de inflação homóloga da Região, e a pesquisa mostra que a inflação na União Europeia desacelerou para os 10,0%.
Em dezembro de 2022 a inflação na Região marcou 9,2% e, com mais este recuo, ficou para trás a marca de 17 meses de sucessivos aumentos.
Vale lembrar que em janeiro de 2022 a taxa era de 5,1% e, na comparação janeiro-dezembro, a taxa de inflação homóloga — medida pelo índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) — recuou em janeiro em 18 Estados-membros, tendo aumentado nos restantes nove.
É o caso, por exemplo, de Portugal, cuja comunidade brasileira passa de 200 mil pessoas, segundo dados oficiais. O país registrou novo recuo, pelo terceiro mês consecutivo, com o indicador marcando 8,6% – precisamente em linha com a média da zona euro -, face aos 9,8% de dezembro passado (em janeiro do ano passado era de 3,4%).

Inflação na zona euro
Ainda de acordo com o Eurostat, as taxas de inflação anual mais baixas foram registadas no Luxemburgo (5,8%), Espanha (5,9%), Chipre e Malta (ambos com 6,8%), enquanto as mais elevadas foram observadas na Hungria (26,2%), Letónia (21,4%) e República Checa (19,1%).
A maior contribuição para a taxa de inflação anual da zona euro proveio do setor da alimentação, álcool e tabaco (2,94 pontos percentuais — p.p.), seguido pelos da energia (2,17 p.p.), dos serviços (1,80 p.p.) e dos bens industriais não energéticos (1,73 p.p.).
O gabinete elenca, também, que a taxa de inflação na zona euro começou a acelerar desde junho de 2021, principalmente devido à subida dos preços da energia, e atingiu valores recorde desde novembro de 2021, registando um pico de 10,6% em outubro de 2022, com o primeiro recuo a ser registado em novembro passado, seguido de novos recuos em dezembro e janeiro deste ano.
BCE
Presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde disse ontem que a autoridade monetária deve mesmo subir os juros em 0,5 ponto percentual (p.p.) em março.
Caso isso se confirme, esta será a quarta alta seguida no ritmo citado. Porém, ela deixou claro que a tendência de alta depende de indicadores econômicos. Ou seja, o BCE aguarda a movimentação da inflação para se reposicionar.
Sobre recessão, ela frisou que não espera que os países da zona do euro (com exceção da Suécia) entrem em recessão em 2023, e tampouco vê possibilidade iminente de uma espiral inflacionária por conta do aumento de salários.
Também disse que em relação a negociação salarial, empregadores e trabalhadores tenham em mente que a inflação vai retornar à meta de 2% do BCE.
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