O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), conhecido como prévia do PIB, registrou alta de 0,2% em abril na comparação com alta de 0,8% março. O dado, divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central, veio acima da projeção do consenso, que estimava avanço de apenas 0,1%.
Apesar do crescimento, o ritmo é mais fraco em relação ao desempenho de março, que teve alta revisada para 0,7%. O IBC-Br é usado como um termômetro informal da economia, pois antecipa tendências do Produto Interno Bruto (PIB) oficial, calculado trimestralmente pelo IBGE.
Setores mostram desempenho desigual
Os dados do Banco Central indicam que o setor de serviços foi o principal motor da economia em abril, com avanço de 0,4%. Por outro lado, agropecuária e indústria recuaram 0,9% e 1,1%, respectivamente.
O IBGE também mostrou que, no mesmo período, o setor de serviços acumulou três meses consecutivos de crescimento, enquanto o varejo registrou queda de 0,4% e a indústria teve crescimento tímido de 0,1%.
O impacto dos juros na economia
O desempenho mais fraco da atividade econômica reflete os efeitos de uma política monetária restritiva. A taxa básica de juros (Selic) segue elevada, atualmente em 14,75% ao ano, após sucessivas altas adotadas pelo Banco Central para conter a inflação.
Essa taxa tem impacto direto sobre o crédito, o consumo e os investimentos. Segundo o próprio BC, os efeitos desse aperto monetário devem se intensificar nos próximos meses, impactando especialmente o mercado de trabalho e o ritmo de expansão da economia.
Perspectivas para 2025 e além
Apesar do crescimento acumulado de 4,0% nos últimos 12 meses, analistas projetam um cenário de desaceleração. A expectativa do mercado financeiro é de que o PIB cresça 2,2% em 2025 e desacelere ainda mais, para 1,83% em 2026, segundo dados da pesquisa Focus do Banco Central.
Essa previsão leva em conta tanto os efeitos prolongados dos juros altos quanto a redução do impacto positivo da agropecuária, que impulsionou fortemente o PIB no primeiro trimestre deste ano, com alta de 1,4%.
Agro impulsiona PIB no 1º trimestre de 2025, que cresce 1,4%
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao último trimestre de 2024, de acordo com dados divulgados pelo IBGE em 30 de maio. O resultado veio em linha com as expectativas, sustentado principalmente pelo forte desempenho da agropecuária, que avançou 12,2% no período. O setor foi beneficiado por uma safra recorde de soja e por condições climáticas especialmente favoráveis.
Na comparação anual, ou seja, frente ao mesmo trimestre de 2024, o PIB cresceu 2,9%. Apesar de positiva, a variação ficou ligeiramente abaixo da projeção de mercado, que era de 3,2%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a economia brasileira avançou 3,5%, evidenciando uma trajetória de crescimento consistente mesmo diante de incertezas no cenário internacional e de uma política monetária doméstica ainda restritiva.
Leia também:
