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Haddad minimiza impasse sobre IOF com Legislativo

Haddad minimiza impasse sobre IOF com Legislativo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (8) que a suspensão dos efeitos do decreto presidencial que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), assim como da decisão do Congresso que o derrubou, não representa uma derrota nem para o Executivo, nem para o Legislativo. Para ele, a discussão não deve ser politizada, mas tratada com foco institucional. “A discussão sobre os efeitos políticos não interessa a ninguém”, declarou.

Haddad defendeu a legalidade do decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, argumentando que a medida não possui vícios de constitucionalidade e que o debate ultrapassa o governo atual.

“A regra que for estabelecida vai valer para todos os governos daqui para a frente. Então, não é só defender o decreto do presidente Lula, é defender a prerrogativa do presidente da República, quem quer que seja”, afirmou ele, em entrevista ao portal Metrópoles.

Fernando Haddad nega embate com Hugo Motta

Apesar da tensão gerada com a Câmara dos Deputados após o Congresso barrar o aumento do IOF, Haddad negou qualquer embate pessoal com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). O ministro disse ainda aguardar uma reunião com Motta para negociar a retomada da medida.

“Quando um não quer, dois não brigam. Nós não vamos brigar, porque nenhum dos dois quer. Temos muitos amigos em comum. Eu não tenho nem o direito de ter relações estremecidas com o presidente da Câmara, porque ele é um poder institucional. O Brasil depende da boa condução dos trabalhos dele, e eu sou ministro, não tenho mandato”, afirmou.

Na entrevista, Haddad reforçou que está aberto ao diálogo e espera resolver o impasse no ambiente de conciliação promovido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Eu nunca saí de uma mesma negociação. Só saio com um acordo”, disse.

Ao comentar a situação econômica do país, o ministro voltou a destacar a desigualdade social como um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento. Segundo Haddad, o Brasil ainda não pode ser considerado uma economia desenvolvida justamente por manter níveis tão altos de concentração de renda.

“Não existe nenhuma economia desenvolvida com esse nível de desigualdade. Nós precisamos enfrentar isso se quisermos ter um crescimento sustentável. Fala-se de voo de galinha. O voo de galinha acontece porque as pessoas não têm renda. Não têm renda”, criticou.

Haddad também avaliou que a agenda econômica do governo “andou pouco” no Congresso em 2025. Ainda segundo ele, o avanço de propostas estruturantes depende do alinhamento entre os Poderes. Ele voltou a cobrar comprometimento do Legislativo para destravar as reformas e medidas que considera essenciais para garantir crescimento de longo prazo.