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“Haddad tem sido um herói da economia brasileira”, exalta André Esteves no Macro Day

“Haddad tem sido um herói da economia brasileira”, exalta André Esteves no Macro Day

Na manhã desta terça-feira (20), foi realizado o Macro Day do BTG Pactual (BPAC11) e o primeiro painel, “Perspectiva Econômica Brasileira”, contou com as participações do ministro da Fazenda Fernando Haddad e do economista-chefe do BTG Pactual Mansueto de Almeida. Para apresentar o convidado, André Esteves, chairman do banco de investimentos, fez um forte elogio à equipe do ministro Haddad. 

Ninguém tem dúvida do empenho da equipe do ministro Haddad. Haddad tem sido um herói da economia brasileira”, afirmou Esteves, sublinhando a confiança depositada na liderança do ministro.

Mansueto Almeida destacou as surpresas positivas da economia brasileira dos últimos dois anos, como o crescimento acima das expectativas e a menor taxa de desemprego em uma década. 

O retorno da confiança, especialmente na questão fiscal e no governo, é fundamental para o desempenho econômico robusto que estamos observando”, respondeu Haddad ao economista-chefe do BTG. 

Ele enfatizou que o governo está comprometido em demonstrar a superação dos desafios impostos pela pandemia, embora reconheça que a situação fiscal permanece complexa.

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Apesar dos sinais de recuperação, Haddad não ignorou os desafios persistentes. O ministro apontou que a redução dos passivos fiscais, que totalizam R$ 250 bilhões, não pode ser alcançada em um período curto. 

Não é possível reduzir os passivos fiscais de R$ 250 bilhões em apenas seis meses. O cenário fiscal deteriorado dos últimos dez anos exige um trabalho contínuo e gradual”, explicou.

Haddad também comentou sobre a importância de uma colaboração eficaz entre o Executivo, Legislativo e Judiciário. 

O sucesso de nossa política econômica depende de uma coalizão que envolva todos esses atores. A diminuição de 50% do mapa fiscal judicial reflete a complexidade do cenário”, observou.

Políticas monetária e reformas tributárias

A política monetária foi um dos pontos centrais da discussão. Haddad defendeu uma abordagem cautelosa, alertando para os riscos de um aperto excessivo. 

Hipoteticamente, se você aperta demais o monetário no momento em que pode haver uma turbulência externa, pode abortar um processo virtuoso de combate à inflação pelo lado da oferta”, disse o ministro. 

Ele destacou que o Banco Central (BC) deve considerar tanto a curva de oferta quanto a de demanda ao definir suas políticas.

Sobre a reforma tributária, Haddad expressou otimismo quanto às mudanças em curso. “Estamos saindo de um dos piores sistemas tributários do mundo para um modelo mais eficiente e digitalizado. Isso permitirá a redução das alíquotas e uma melhoria significativa no ambiente de negócios”, afirmou. 

O ministro acredita que a reforma contribuirá para um crescimento econômico sustentável e mais robusto.

Ajustes em Programas Sociais

Ao comentar sobre os programas sociais, Haddad reforçou a importância de ajustá-los para garantir sua eficácia e evitar distorções. O ministro lembrou que, no passado, os programas sociais foram geridos com rigor para assegurar que os benefícios chegassem a quem realmente precisava. 

Lembro que a criação dos programas sociais no final do governo FHC e início de Lula era baseada em um controle rígido, onde as condições de elegibilidade eram verificadas mês a mês. Estamos em um momento particularmente adequado para fazer esse tipo de ajuste”, afirmou Haddad.

Ele destacou que os ajustes feitos não devem ser interpretados como cortes, mas como medidas necessárias para corrigir distorções e proteger os cidadãos que dependem do Estado. 

Estamos olhando para cada rubrica para corrigir distorções. Isso não pode ser chamado de corte quando se corrige uma distorção; se há necessidade, a correção tem que ser feita”, explicou Haddad.

Haddad também mencionou a eliminação de práticas questionáveis, como o “truque” de pagamento de benefícios, como uma maneira de reduzir as distorções nos precatórios. 

Ele ressaltou que o governo está comprometido em ajustar as políticas para manter a eficácia dos programas sociais, garantindo que os recursos sejam utilizados de forma eficiente.

 “O fim do truque de pagamento de benefícios ajuda a diminuir as distorções dos precatórios e a melhorar a alocação dos recursos”, concluiu.

Perspectivas para o crescimento econômico

O ministro Haddad também abordou as perspectivas futuras para a economia brasileira, ressaltando que o país tem uma excelente oportunidade para superar a média anual de crescimento de 0,5% dos últimos dez anos. 

Precisamos crescer acima da média mundial e aproveitar todo o potencial da economia brasileira. O sucesso também inspira cuidados, e precisamos garantir um crescimento sustentável”, afirmou.

Haddad destacou a importância de gerenciar o pleno emprego de forma eficaz e evitar o que ele chamou de “voo de galinha”, onde o crescimento é rápido, mas não sustentável. 

Devemos focar na qualidade do crescimento, observando a formação bruta de capital, investimentos e o comportamento do mercado de trabalho”, explicou.

Preocupações com o fiscal e Brasil pronto para crescer

Mansueto de Almeida, por sua vez, expressou preocupações sobre o cenário fiscal e a necessidade de controles rigorosos nos programas sociais, semelhantes aos implementados no passado. 

Estamos num momento particularmente para fazer esse tipo de ajuste. A correção de distorções deve ser feita com rigor para proteger os cidadãos que realmente precisam do Estado”, afirmou.

Haddad concluiu destacando que o Brasil está pronto para um grande salto econômico, mas que é essencial distensionar a política para alcançar esse objetivo. 

Entre o possível e o necessário existe um gap grande que precisa ser coberto pela política. Estamos conseguindo demonstrar o que estamos fazendo e, se todos seguirem as determinações legais, o Brasil crescerá de forma sustentável”, concluiu o ministro.

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