De acordo com a mais recente pesquisa da Quaest, o governo Lula reprovado alcançou 51% da população em setembro, mantendo-se estável em relação ao mês anterior. Já a aprovação do presidente ficou em 46%, sem mudanças significativas.
Embora o índice de desaprovação não tenha subido, chama a atenção o aumento da percepção negativa sobre a gestão. A parcela de eleitores que avalia o governo como “pior do que o esperado” saltou de 45% para 50%. Em contrapartida, os que acreditam que o desempenho de Lula está melhor que o imaginado cresceram de 16% para 21%.
Economia é ponto central da insatisfação
A pesquisa mostra que a economia segue como um dos principais fatores de desgaste. Para 48% dos entrevistados, a situação econômica piorou nos últimos 12 meses, percentual acima dos 46% registrados em agosto. Além disso, 61% dos eleitores afirmam que os preços dos alimentos aumentaram, enquanto 72% consideram que o poder de compra diminuiu em comparação ao ano passado.
Esses dados ajudam a explicar por que a percepção de que o Brasil está “indo na direção errada” cresceu de 57% para 58%. O cenário econômico, aliado à alta dos preços, reforça o quadro do governo Lula reprovado em boa parte da população.
Desempenho regional revela contrastes
A aprovação do governo Lula varia bastante entre as regiões. No Nordeste, ele mantém seu reduto mais fiel, com 60% de aprovação e 37% de rejeição. Já no Sudeste, a reprovação se mantém em 55%, enquanto a aprovação recuou de 42% para 41%.
No Sul e no Centro-Oeste/Norte, os números também refletem a dificuldade do presidente em ampliar apoio. Nessas regiões, a rejeição continua majoritária, oscilando em torno de 60% e 52%, respectivamente. Esse contraste regional reforça o cenário de polarização e a dificuldade de Lula em reduzir o índice de governo reprovado fora do Nordeste.
Percepção de distanciamento da população
Outro dado relevante da pesquisa é a percepção de que Lula perdeu conexão com a população. Para 61% dos entrevistados, o presidente está distante do povo, enquanto 35% discordam dessa avaliação. Essa percepção de afastamento tende a pesar no índice de governo Lula reprovado, especialmente em um cenário de crise econômica.
Apesar disso, fatores externos, como o tarifaço imposto pelos Estados Unidos, não tiveram impacto significativo na avaliação geral da gestão. A pesquisa mostra que, mesmo reprovando as medidas de Washington, os eleitores mantiveram uma visão estável sobre o governo brasileiro.
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