Com a escalada nos preços dos alimentos no Brasil, o governo federal estuda um possível reajuste no valor do Bolsa Família.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, confirmou em entrevista à DW Brasil que a medida está sendo analisada e que a decisão será tomada até março, após diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O problema é o preço do alimento, que teve essa elevação brusca do fim do ano passado para cá”, explicou Dias.
O ministro destacou que a decisão sobre o reajuste pode ocorrer de diferentes formas. “Será um ajuste? Será um complemento na alimentação? Isso repercute, por isso precisamos avaliar”, afirmou.
Atualmente, cerca de 20,8 milhões de famílias recebem o Bolsa Família. Apesar do número, a expectativa do governo é que esse número diminua gradualmente, refletindo o crescimento da economia e o aumento da empregabilidade.
“O Brasil segue crescendo, apesar do pessimismo. Tivemos um aumento de 11% na renda real em 2023, chegando a 38% nos rendimentos dos mais pobres. Isso gera desenvolvimento econômico e social”, disse Dias.
Segundo o ministro, a tendência é de redução no número de beneficiários, impulsionada pela maior formalização do trabalho e pelo empreendedorismo. “Nós planejamos R$ 175 bilhões para o Bolsa Família em 2023, mas fechamos o ano com R$ 168 bilhões, economizando R$ 7 bilhões. Para 2025, projetamos uma economia adicional de pelo menos R$ 4 bilhões.”
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Inflação dos alimentos e medidas para controlar preços
O governo também monitora o impacto da inflação alimentar, buscando estratégias para conter a alta nos preços dos produtos básicos. A Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), coordenada pelo MDS, reúne 24 ministérios para definir políticas que garantam o abastecimento interno sem comprometer o mercado internacional.
“Nós planejamos anualmente a quantidade de alimentos que o Brasil pode exportar sem afetar a segurança alimentar da população”, explicou Dias. Segundo ele, crises recentes nos preços de produtos como milho, café e frutas foram agravadas pela priorização das exportações em detrimento do consumo interno.
Uma das soluções adotadas pelo governo foi o fortalecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que ampliou a estocagem de alimentos estratégicos. Em 2023, a Conab precisou importar arroz para evitar um desabastecimento no mercado interno. Para 2025, o governo espera que a produção nacional seja suficiente para equilibrar os preços.
Além disso, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foi reformulado para facilitar a venda direta de produtos da agricultura familiar a preços acessíveis. O governo também trabalha para garantir que supermercados de bairros periféricos tenham acesso a esses produtos com valores mais estáveis, reduzindo o impacto da inflação sobre as famílias de baixa renda.
“O principal fator de aumento dos preços dos alimentos foi a elevação da demanda, reflexo do crescimento econômico. Mas estamos confiantes de que no primeiro semestre já veremos uma queda na inflação da comida”, disse Dias.
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