O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, rejeitou nesta quinta-feira (27) a ideia sugerida pelo vice-presidente Geraldo Alckmin de retirar os preços de alimentos e energia elétrica do índice oficial de inflação, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Durante a apresentação do Relatório de Política Monetária, em que o BC revisou para baixo a projeção de crescimento do PIB de 2025, de 2,1% para 1,9%, Galípolo foi enfático ao afirmar que a retirada desses componentes não estaria alinhada com os objetivos da autoridade monetária.
O mandatário da autoridade monetária reforçou que os núcleos de inflação – que desconsideram itens voláteis, como alimentos e energia – já estão elevados e que a análise da inflação cheia continua importante para a formulação da política monetária. Ele sugeriu que Alckmin estivesse se referindo a modelos internacionais, mas ressaltou que o cenário brasileiro possui particularidades que tornam essa medida pouco aplicável.
“Acho que ele [Alckmin] não está falando tanto do momento, porque se a gente olhar para o momento agora e pegar o núcleo, está acima da meta [de inflação] e em uma diferença relativamente baixa comparativamente à inflação cheia”, disse Galípolo.
A proposta de Alckmin
Alckmin defendeu a mudança durante um evento promovido pelo jornal Valor Econômico na última segunda-feira (24), argumentando que seria uma “medida inteligente” para aprimorar a análise da inflação. Ele citou como exemplo o modelo dos Estados Unidos, que exclui itens como alimentos devido às variações climáticas e fatores geopolíticos que influenciam preços de commodities como petróleo.
“Ele [EUA] tira do cálculo da inflação o alimento, porque alimento é muito clima. Não adianta aumentar juros que não vai baixar o preço do barril de petróleo. Isso é guerra, é geopolítica”, justificou Alckmin.
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