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Fed: o que dizem os membros do comitê que decide juros nos EUA?

Fed: o que dizem os membros do comitê que decide juros nos EUA?

Em recentes pronunciamentos, membros do Federal Reserve (Fed) destacaram a necessidade de manter as taxas de juros nos níveis atuais por mais tempo do que inicialmente esperado, em resposta à persistência da inflação.

O vice-presidente de Supervisão do Fed, Michael Barr, afirmou em um evento institucional que os dirigentes precisam aguardar evidências de uma queda sustentada da inflação antes de considerar qualquer redução nas taxas de juros.

Barr reconheceu os progressos na desinflação dos preços, mas enfatizou a necessidade de uma desaceleração maior. “Precisamos finalizar o trabalho”, declarou.

Ele destacou que a política monetária está restritiva e que a economia permanece robusta, com baixa taxa de desemprego e crescimento sólido. Em relação à estabilidade do setor financeiro, Barr alertou que os bancos enfrentarão riscos relacionados às altas taxas de juros, especialmente em termos de liquidez e exposição ao setor imobiliário comercial.

Fed e juros: Corte ainda este ano é possível

O diretor do Fed, Christopher Waller sugeriu que um corte de juros no final deste ano poderia ser possível, dependendo dos números da inflação.

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Waller reforçou a importância de garantir uma trajetória clara de redução da inflação antes de ajustar as taxas. “Se os dados seguirem desacelerando nos próximos três a cinco meses, podemos cortar mais para o fim do ano”, disse ele.

Waller também mencionou que geralmente não ocorre apenas um único corte nos juros, mas uma sequência deles para ajustar adequadamente a política monetária. “Apenas reduzir uma vez e esperar seis meses não faz sentido para mim”, acrescentou.

Bostic prefere “esperar mais”

Raphael Bostic, do Fed de Atlanta, afirmou não ter pressa em cortar as taxas de juros. “Precisamos ter certeza de que, quando iniciarmos esse caminho, seja inequívoco que a inflação chegará a 2%”, disse Bostic.

Ele enfatizou a cautela necessária ao dar o primeiro passo para garantir que a inflação não reacelere, o que pode significar que os cortes aconteçam mais tarde. “Prefiro esperar mais”, afirmou Bostic, acrescentando que espera que a inflação caia este ano, sendo apropriado um único corte no quarto trimestre.

Esses discursos indicam uma abordagem cautelosa do Fed em relação à política monetária, refletindo a complexidade para dar início ao corte de juros, equilibrando o controle da inflação sem prejudicar o crescimento econômico.

O impasse dos juros nos EUA

O Fed optou por manter os juros no patamar entre 5,25% e 5,50% pela sexta vez no dia 1 de maio. Esse continua sendo o maior nível das taxas desde 2001.

O comunicado destacou que indicadores recentes sugerem uma expansão contínua da atividade econômica, com ganhos robustos no emprego e uma taxa de desemprego mantida em níveis baixos. No entanto, a inflação, embora tenha diminuído no último ano, permanece elevada, e o comitê observou a falta de progresso em direção à meta de inflação de 2%.

O Fed reiterou seu compromisso em alcançar o máximo de emprego e uma inflação estável em 2% no longo prazo.

Além disso, o Federal Reserve anunciou que continuará reduzindo suas participações em títulos do Tesouro e dívidas de agências, mas desacelerará o ritmo desse processo a partir de junho, de US$ 60 bilhões para US$ 25 bi. O teto de resgate mensal de títulos e hipotecas será mantido em US$ 35 bi.

Juros nos EUA e impacto no Brasil

Os juros elevados nos Estados Unidos estão impulsionando a rentabilidade dos Treasuries (títulos públicos norte-americanos) e continuam a influenciar os mercados de ações e o valor do dólar, à medida que mais investidores migram para o país em busca de melhores retornos financeiros – já que a renda fixa americana é considerada a mais segura do mundo.

No contexto macroeconômico, os efeitos dos juros altos nos Estados Unidos também têm impactos de longo prazo, sugerindo uma possível desaceleração da atividade econômica global, uma vez que os empréstimos e investimentos se tornam mais custosos.

A decisão do Fed quanto aos juros nos EUA também pode prolongar o ciclo de corte da Selic no Brasil. Por aqui, os investidores já visualizam Selic entre 10% e 10,5% este ano, ante projeção inicial de 9%.

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