Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (20) a retirada da tarifa adicional de 40% que vinha sendo aplicada a uma série de produtos brasileiros desde julho. A decisão, que representa um recuo parcial nas medidas punitivas adotadas contra o Brasil em 2025, foi formalizada por meio de uma nova ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump e publicada no site da Casa Branca.
A mudança altera o decreto 14.323 — que havia declarado emergência nacional em relação ao Brasil e imposto sobretaxas sobre diversas exportações. A medida é retroativa e vale para produtos que entraram nos EUA desde o último dia 13. Entre os 1.200 itens beneficiados estão carne bovina fresca, resfriada ou congelada, café, produtos de cacau, algumas frutas, vegetais, nozes e fertilizantes.
Segundo o texto oficial, a decisão ocorreu após avanços nas negociações entre Washington e Brasília, iniciadas depois de uma conversa telefônica em outubro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo norte-americano reconheceu “progresso inicial” na tentativa de resolver as questões que motivaram as tarifas, originalmente justificadas por supostas ameaças brasileiras à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA.
A Casa Branca afirmou ainda que o secretário de Estado, Marco Rubio, será responsável por monitorar a implementação das mudanças e poderá recomendar novas ações caso considere necessário. Órgãos do governo americano foram autorizados a aplicar imediatamente a revisão tarifária.
A medida ocorre poucos dias após outra alteração anunciada por Washington, que tratava de tarifas recíprocas ligadas ao déficit comercial geral dos EUA, estimadas em 10%. Embora o documento atual cite que apenas “certos produtos agrícolas” estão temporariamente isentos, não houve divulgação completa da nova lista detalhada. Entretanto, autoridades americanas mencionaram, no próprio texto, prioridade para itens vinculados ao agronegócio brasileiro.
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