O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira (27) que EUA e China estão próximos de concluir negociações para um novo acordo comercial, poucos dias antes de seu esperado encontro com o líder chinês Xi Jinping, marcado para quinta-feira (30), na Coreia do Sul.
Falando a jornalistas a bordo do Air Force One, enquanto viajava em direção ao Japão, Trump assegurou que “as partes vão chegar a um acordo” e indicou que um entendimento sobre o futuro do TikTok no país pode ser assinado ainda nesta semana.
A declaração foi feita em meio a uma série de compromissos diplomáticos pela Ásia. Desde o domingo, o presidente americano firmou novos acordos comerciais e de minerais com Malásia e Camboja, além de estabelecer marcos de cooperação com Tailândia e Vietnã.
Esses países, todos membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), se comprometeram a reduzir barreiras comerciais, aumentar as importações de produtos agrícolas e energéticos dos EUA e reforçar a cooperação em controles de exportação e sanções.
EUA e China intensificam negociações comerciais
De acordo com os comunicados conjuntos, os Estados Unidos manterão tarifas de 19% sobre a maior parte das exportações de Malásia, Camboja e Tailândia, com algumas exceções. Já o Vietnã, que registrou superávit de US$ 123 bilhões com os EUA em 2024, continuará sujeito a tarifas de 20%, mas se comprometeu a aumentar as compras de bens americanos.
Durante a viagem, Trump também se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um encontro aguardado por ambos os governos. Um acordo entre Brasil e EUA é esperado para os próximos dias ou semanas.
Enquanto isso, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou em entrevista à CBS que a ameaça de tarifas de 100% sobre produtos chineses “está efetivamente fora da mesa” após o avanço das negociações.
Em declarações à ABC News, Bessent ressaltou que o novo entendimento deve favorecer produtores americanos de soja, setor prejudicado pela suspensão das compras chinesas desde o início da guerra comercial.
Segundo o secretário, Pequim deverá adiar em um ano a entrada em vigor dos controles sobre exportações de terras raras. Economistas ouvidos pela imprensa asiática avaliam que as duas potências devem realizar concessões mútuas, incluindo a retomada das compras chinesas de soja e a manutenção da trégua tarifária atualmente em vigor.
