O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (5) que autoridades comerciais dos Estados Unidos e da China deverão se reunir em breve, em local ainda a ser definido. O anúncio foi feito após um longo telefonema com o presidente chinês, Xi Jinping, descrito por Trump como “muito bom”.
A conversa durou cerca de 90 minutos e teve foco quase exclusivo em questões comerciais, segundo postagem de Trump na Truth Social.
EUA e China: telefonema muito positivo
Trump classificou o resultado do diálogo como “muito positivo para ambos os países” e informou que os EUA serão representados na próxima rodada de negociações pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, pelo secretário de Comércio, Howard Lutnick, e pelo representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer.
Poucos detalhes foram divulgados sobre a ligação – a segunda entre Trump e Xi neste ano – ou sobre os preparativos para a reunião.
Trump reiterou o tom otimista da conversa, destacando novamente que ela teve uma “conclusão muito positiva para ambos os países” e acrescentou:
“Não deve mais haver dúvidas quanto à complexidade dos produtos de terras raras”.
Ele também mencionou que não foram abordados temas relacionados à Rússia, Ucrânia ou Irã. Além disso, revelou que Xi convidou tanto ele quanto a primeira-dama, Melania Trump, para uma visita à China – convite que, segundo Trump, foi prontamente retribuído.
China diz que foi Trump quem solicitou a ligação
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da China e a embaixada chinesa nos EUA, foi Trump quem solicitou a ligação com Xi.
O impasse entre as duas maiores economias do mundo – que movimentaram cerca de US$ 600 bilhões em comércio bilateral em 2024 – tem pressionado a política tarifária implementada por Trump, cujos efeitos já começam a ser sentidos na economia global.
O ex-presidente tem demonstrado interesse em retomar o diálogo com Xi, especialmente após o agravamento das tensões comerciais na última semana. Apesar de um acordo temporário firmado no mês passado na Suíça, que levou à redução mútua de tarifas, esse avanço parece estar ameaçado.
Washington acusa Pequim de não cumprir o compromisso de liberar a exportação de minerais críticos, um dos pontos acordados nas negociações em Genebra. Por sua vez, a China manifestou insatisfação com novas restrições impostas a vistos de estudantes chineses, além de criticar um alerta da indústria americana contra o uso de semicondutores produzidos no país asiático, o que, segundo Pequim, prejudica o progresso obtido nas negociações.