O estoque da dívida pública federal caiu para R$ 6,142 trilhões em julho, uma queda de 0,80% em relação a junho, quando o valor de R$ 6,191 trilhões, Os dados foram divulgados nesta terça-feira (29) pela secretaria do Tesouro do Ministério da Fazenda, no Relatório Mensal da Dívida.

A queda se deu tanto na dívida mobiliária interna (DPMFi), que teve seu estoque reduzido em 0,74%, de R$ 5,957 trilhões, para R$ 5,913,26 trilhões, devido ao resgate líquido de R$ 89,86 bilhões, neutralizado parcialmente pela apropriação positiva de juros, no valor de R$ 45,70 bilhões.
No caso da dívida externa, houve redução nominal de 2,17% sobre o estoque apurado em junho, com o valor fechado em julho de R$ 228,96 bilhões (US$ 48,29 bilhões), sendo R$ 192,07 bilhões (US$ 40,51 bilhões) referentes à dívida mobiliária e R$ 36,89 bilhões (US$ 7,78 bilhões) relativos à dívida contratual.
No mês de julho, as emissões de títulos da DPMFi alcançaram R$ 134,35 bilhões, sendo:
- R$ 59,39 bilhões (44,21%) em títulos atrelados a taxas flutuantes;
- R$ 46,39 bilhões (34,53%) em títulos com remuneração prefixada;
- R$ 28,54 bilhões (21,24%) em títulos indexados a índice de preços.
Já o total de resgates alcançou R$ 224,21 bilhões, com destaque para os títulos prefixados, no valor de R$ 217,47 bilhões (97,00%). Os vencimentos efetivos do período totalizaram R$ 221,59 bilhões.

Dívida pública federal: composição
A dívida interna passou a corresponder a 96,27% do valor total, ante 96,22% no mês anterior. A parcela dos títulos remunerados por taxa flutuante subiu de 39,52%, em junho, para 41,20%, enquanto a participação dos títulos com remuneração prefixada caiu de 27,04% para 24,65%, enquanto a parcela dos títulos vinculados a índices de preços foi ampliada de 29,46% para 30,21%.
O estoque sob custódia de Instituições Financeiras apresentou redução no mês, passando de R$ 1,738 trilhão para R$ 1,727 trilhão, ainda que a participação relativa desse grupo tenha aumentado marginalmente para 29,21%.
Os Não-residentes apresentaram redução de R$ 19,39 bilhões no estoque, fechando o mês com participação relativa de 9,22%. O grupo Previdência aumentou seu estoque em R$ 14,81 bilhões, totalizando R$ 1.366 trilhão no mês. A participação relativa desse grupo subiu para 23,12%.
Os Fundos de Investimento reduziram o estoque, passando de R$ 1,446 trilhão para R$ 1,425 trilhão. O grupo Governo encerrou julho com participação relativa de 3,84% e o grupo Seguradoras, 4,06%.

Dívida pública federal: programa Tesouro Direto
As emissões do Tesouro Direto2 em julho atingiram R$ 3,573 bilhões, enquanto os resgates corresponderam a R$ 2,590 bilhões, o que resultou em emissão líquida de R$ 982,79 milhões. O título mais demandado pelos investidores foi o Tesouro Selic, que respondeu por 65,60% do montante vendido.
O estoque do Tesouro Direto alcançou R$ 119,985 bilhões, o que representa um aumento de 1,54% em relação ao mês anterior. O título com maior representação no estoque é o Tesouro IPCA+, que corresponde a 38,96% do total.
Em relação ao número de investidores, 339.220 novos participantes se cadastraram no Tesouro Direto em julho. Desta forma, o total de investidores cadastrados chegou a 25.006.870, um incremento de 24,86% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Dívida pública federal: custo médio
O custo médio acumulado nos últimos doze meses da DPF apresentou aumento, passando de 10,00% a.a., em junho, para 10,07% a.a., em julho. O custo médio acumulado em doze meses da DPMFi cresceu de 10,59% a.a., em junho, para 10,67% a.a., em julho.
Com relação à DPFe, este indicador registrou queda, passando de -2,89% a.a. para -3,34% a.a., devido, principalmente, à depreciação do dólar em relação ao real de 1,61%, em julho de 2023, contra a depreciação de 0,95% ocorrida no mesmo período do ano anterior
O percentual de vencimentos da DPF para os próximos 12 meses apresentou diminuição, passando de 19,71%, em junho, para 18,21%, em julho. O volume de títulos da DPMFi a vencer em até 12 meses também caiu de 20,14%, em junho, para 18,57%, em julho. Os títulos prefixados correspondem a 45,80% deste montante, seguidos pelos títulos atrelados a taxa flutuante, os quais apresentam participação de 43,21% desse total.

Em relação à DPFe, observou-se aumento no percentual com vencimento para até 12 meses, passando de 8,97%, em junho, para 8,99%, em julho, sendo os títulos e contratos denominados em dólar responsáveis por 76,03% desse total. Os vencimentos acima de 5 anos respondem por 49,06% do estoque da DPFe.
O prazo médio da dívida pública federal apresentou aumento, passando de 3,98 anos, em junho, para 4,06 anos, em julho. O prazo médio da DPMFi também aumentou de 3,85 anos, em junho, para 3,95 anos, em julho. O prazo médio da DPFe manteve-se estável em 7,08 anos.