Nos corredores de Brasília, os principais políticos do Brasil já estão se preparando para uma transição do sistema político-econômico. Com isso, as movimentações e conversas já estão ocorrendo com forte intensidade.
Para Juliano Custódio, CEO da EQI Investimentos, esse momento pode ser o prenúncio do que ele chama de “Grande Reset”, um ponto de virada que pode redefinir a trajetória do país e gerar oportunidades para os investidores mais atentos.
O passado como referência para o futuro
Custódio relembra um episódio parecido em um passado recente.
“Do final de 2015 até o final de 2019, em apenas quatro anos, a média dos ativos de um dos índices da Bolsa subiu 318%“, destaca, referindo-se ao índice de Small Caps. Segundo ele, esse fenômeno foi impulsionado pela mudança política que ocorreu na época, gerando fortes ganhos para quem soube se posicionar.
Agora, de acordo com o executivo, diversos fatores indicam que uma nova guinada pode estar em curso.
Popularidade do governo em queda
O primeiro sinal claro seria a queda acelerada da popularidade do governo.
“Nos seus 10 anos no Planalto até aqui, Lula nunca foi tão mal avaliado pela população“, observa Custódio, citando dados de institutos de pesquisa que mostram um declínio de 11 pontos percentuais na aprovação do presidente apenas entre dezembro e fevereiro.
Paralelamente a isso, a reprovação disparou do presidente para 41%, um recorde negativo. Para o CEO da EQI, esse desgaste abre espaço para mudanças na disputa política.
Congresso travado e dificuldades na governabilidade
Outro fator crucial para essa reviravolta, segundo Custódio, é o enfraquecimento do governo no Congresso.
“Em 2024, o governo Lula conseguiu transformar em lei somente 9% das medidas provisórias editadas“, aponta.
Para efeito de comparação, há 20 anos, essa taxa era de 93%.
O baixo índice de aprovação de medidas sugere uma dificuldade em construir consensos, o que pode impactar diretamente a governabilidade e a condução da política econômica.
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Economia e mercado financeiro sob pressão
A economia também não colabora para a recuperação da imagem do governo. Custódio destaca que a trajetória fiscal do país segue preocupante, com déficits consecutivos projetados pelo próprio Tesouro Nacional para os próximos anos.
“O próprio Tesouro projeta que o terceiro mandato de Lula terminará com déficit fiscal em todos os quatro anos“, afirma.
Além disso, ele alerta para o aumento da carga tributária e a alta da inflação, fatores que pressionam o poder de compra da população e afetam o humor dos investidores.
No mercado financeiro, o CEO da EQI aponta que o Brasil tem perdido atratividade frente a outros países emergentes, com juros altos que penalizam o consumo e o crédito. A incerteza fiscal também reforça a volatilidade nos ativos locais, aumentando a cautela dos investidores estrangeiros.
O cenário internacional e a ascensão da direita
No cenário internacional, Custódio observa um fortalecimento de líderes e partidos mais alinhados com a direita, o que pode influenciar o Brasil nos próximos anos.
“No exterior, dominam o noticiário Donald Trump, Elon Musk e o líder argentino Javier Milei; todos eles, de direita“, pontua. Essa tendência também se reflete internamente, com a ascensão de partidos conservadores e o avanço da direita nas redes sociais e nas últimas eleições municipais.
Para Juliano Custódio, essa mudança de cenário pode acelerar uma reviravolta política no Brasil em 2026, trazendo reflexos diretos para a economia e o mercado de capitais.
Como se preparar para o “Grande Reset”?
Diante desse panorama, Custódio enfatiza a necessidade de se antecipar aos movimentos do mercado.
“Agora é hora de se movimentar e se posicionar para a virada que devemos ver no Brasil. Porque o ruído dos canhões já pode ser ouvido, direto de Brasília“, alerta. Para ele, o momento exige racionalidade e visão estratégica, independentemente de alinhamentos políticos.
Se a história recente servir de exemplo, os próximos anos podem trazer uma nova onda de valorização nos investimentos. Assim como ocorreu após 2015, aqueles que souberem interpretar os sinais poderão colher frutos significativos em um novo ciclo econômico no Brasil.
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