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Decisão do Copom: o diabo está nos detalhes

Decisão do Copom: o diabo está nos detalhes

Como esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic, taxa básica de juros, em 50 pontos-base (pbs), para 10,75%.

As projeções de inflação do Comitê ficaram estáveis em 3,5% para 2024 e 3,2% para 2025, apesar do marginal aumento nas expectativas para os preços administrados. Com isso, a composição da inflação parece um pouco melhor, com preços livres mais baixos.

No cenário internacional, o comitê diminuiu a confiança de que a inflação global esteja desacelerando, ao mencionar sobre a sustentabilidade da velocidade da mesma.

Em termos locais, a qualificação sobre a inflação também foi alterada, com as medidas de inflação subjacentes se situando acima da meta, ao invés da mensagem prévia de que havia uma trajetória de desinflação nessas medidas. Ou seja, o cenário para a inflação parece menos benigno, na interpretação do Copom, após as leituras mais altas do IPCA nos últimos meses.

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gráfico Selic
Fonte: EQI

Decisão do Copom: Forward guidance alterado

A conclusão dos membros do Comitê é de que as incertezas aumentaram no ambiente internacional e doméstico, o que demandaria maior liberdade de ação nas próximas decisões. Assim, o “forward guidance” foi alterado, indicando nova queda de 50 pbs somente na próxima reunião, reduzindo o horizonte de previsão dos próximos passos da política monetária.

Dado que “o cenário-base” não se alterou substancialmente”, nossa interpretação é de que essa mudança na comunicação não significa proximidade do fim do ciclo de cortes de juros. A ata dessa reunião, a ser divulgada na próxima semana (na terça, dia 26), deverá trazer mais detalhes sobre essa discussão do cenário prospectivo vis a vis a necessidade de comunicar os próximos passos da política monetária.

Em resumo, o Copom não quis se comprometer com a continuidade dos cortes de juros nesse ritmo de 50 pbs em um horizonte de duas reuniões à frente, reduzindo para somente a próxima reunião.

Entendemos que essa postura não invalida nossa expectativa de que a taxa Selic seja reduzida até 9,25%. Ainda mais considerando que as próximas leituras do IPCA devem ser mais benignas do que no biênio Janeiro-Fevereiro e a comunicação do Fed hoje trouxe tranquilidade de que as taxas de juros serão reduzidas nos EUA ao longo do segundo semestre.

Por Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset

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