O Comitê de Política Econômica (Copom) decidiu fazer mais um corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a taxa Selic, que agora chega a 10,75% ao ano. Além disso, o colegiado projeta ainda outro corte de mesma magnitude na taxa nas próxima reunião. A decisão foi unânime.
De acordo com o comunicado, o cenário-base não se alterou substancialmente em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, os membros do comitê, unanimemente, optaram por comunicar que anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião.
“O Comitê avalia que essa é a condução apropriada para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, diz trecho do comunicado do Copom.
Como o comitê utilizou o termo “redução”, no singular, há uma sinalização de que a taxa de juros tenha apenas mais uma redução de mais 0,5 ponto. O que vier depois, dependenderá da conjuntura econômica, conforme indica o comunicado.
Além disso, o comunicado diz que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
Projeções de inflação do Copom
Em relação ao cenário doméstico, o comunicado diz ainda que o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue de forma considerada consistente com o cenário de desaceleração da economia antecipado pelo colegiado. “A inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação, enquanto as medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”, diz o comitê.
Ainda de acordo com o documento as expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,8% e 3,5%, respectivamente. Já as projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência situam-se em 3,5% em 2024 e 3,2% em 2025. As projeções para a inflação de preços administrados são de 4,4% em 2024 e 3,9% em 2025.
BTG (BPAC11) aguarda mais cortes pelo Copom
O banco BTG Pactual ($BPAC11) informou, em relatório divulgado antes da decisão, que o ritmo da Selic teria – incluindo a decisão de hoje – dois cortes de 0,5 ponto e mais três de 0,25 ponto até o fim do ano, encerrando o ciclo de flexibilização monetária em 9,5%.
“Em razão da evolução do cenário externo e doméstico já explicitados, acreditamos que o Copom irá retirar o plural do forward guidance, a fim de comprar mais ‘graus de liberdade’ para as reuniões começando em junho, mas suavizará a comunicação explicitando que a mudança não guarda ‘relação mecânica’ com a magnitude dos cortes”, informou o relatório do BTG.
Desde a reunião anterior do Copom, o cenário para a inflação, tanto externo quanto doméstico, de acordo com o banco de investimentos, tem ganhado maior cautela em razão da força dos dados mais recentes de atividade econômica, colocando em risco a trajetória de desaceleração da inflação de serviços.
“Portanto, a expectativa do mercado está em saber como o Banco Central equilibrará a maior preocupação com a inflação com o seu forward guidance”, disse o BTG.
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