Na última quarta-feira (14), Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina, iniciou um debate acerca do programa econômico do atual presidente do país, Javier Milei. Durante todo o dia, membros do gabinete atual se dedicaram a rebater as críticas.
Cristina publicou um documento de mais de 30 páginas que criticava ideias como a dolarização da economia e o novo modelo que rotulou como “além do neoliberalismo”.
Em uma entrevista à rádio Mitre, Cristina Kirchner também não poupou críticas diretas a Milei, a quem se referiu como “um economista showman na Casa Rosada”, como é conhecida a sede da presidência da República Argentina.
“É mais do que evidente que, na cabeça do presidente, o único plano de estabilização é a dolarização. As medidas adotadas não são explicadas em outro arcabouço teórico”, afirmou.
Para ela, o novo governo de Milei simplesmente adotou um programa de ajuste agressivo, que agiria como um verdadeiro plano de desestabilização. Ela argumenta, no entanto, que não só alimenta o ciclo inflacionário, colocando a sociedade à beira de um choque, mas também inevitavelmente resultará em aumento do desemprego e da crise social.
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Governo de Milei rebate Kirchner
As reações do governo de Milei às falas e teorias de Cristina Kirchner não demoraram a surgir.
O próprio presidente argentino, no entanto, não respondeu diretamente, preferindo compartilhar nas redes sociais a opinião do economista Alfredo Romano, presidente do Grupo Romano, que garantiu que a dolarização é o único caminho. “A dolarização é a única forma de evitar (em parte) os excessos do populismo argentino”, escreveu no post.
Luis Caputo, ministro da Economia de Milei, disse à ex-presidente: “tenha um pouco de dignidade e permaneça em silêncio”.
“Senhora, nunca é tarde para aprender um conceito econômico muito básico que infelizmente sempre ignorou: a dívida só é assumida quando há um déficit fiscal. Todo o déficit fiscal dos últimos 16 anos foi gerado por si nos seus 12 anos de governo, 8 como presidente e 4 como vice”, escreveu nas redes sociais.
Patricia Bullrich, atual ministra da Segurança argentina, rebateu a ex-presidente ao dizer que Cristina Kirchner foi responsável por “destruição social, cultural e econômica”. Bullrich disse que Cristina se parecia com “criminosos que voltam à cena do crime para desfrutar do desastre que deixaram”.