A participação do presidente da Argentina, Javier Milei, foi um dos principais destaques do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, da última quarta-feira (17). Durante a conferência sobre segurança e cooperação, Milei alertou que o mundo ocidental corre perigo devido ao socialismo.
“Estou aqui hoje para dizer a vocês que o Ocidente está em perigo”, disse ele.
“Infelizmente, nas últimas décadas, motivados pela ideia de ajudar o próximo ou pelo desejo de pertencer a uma casta privilegiada, os principais líderes do mundo ocidental abandonaram o modelo de liberdade para abraçar diversas versões do coletivismo”, complementa o presidente.
Milei destacou que o socialismo é um fenômeno que gera pobreza. “O capitalismo de livre iniciativa é a única ferramenta que temos para acabar com a fome e a pobreza”, afirmou.
O ultraliberal argumentou que a presença do Estado em diversos setores da economia cria um mecanismo de alavancas de controle. No entanto, ele considera esse comportamento negativo, pois impede que os cidadãos tenham a liberdade de prosperar por meio de seus próprios esforços.
Antes de participar do Fórum Econômico Mundial, Milei disse que sua presença no evento seria uma oportunidade para “plantar a ideia de liberdade em um fórum contaminado pela agenda socialista de 2030”.
Essa é a primeira viagem ao exterior de Milei desde que foi eleito presidente da Argentina.
Milei afirma manterá relações adultas com o Brasil
Na zona mista do Fórum Econômico Mundial, Milei afirmou aos jornalistas que deseja “manter uma relação ‘adulta’” com o Brasil.
Durante o processo eleitoral argentino, Milei recebeu o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto seu adversário Sergio Massa foi apoiado pelo grupo político de Lula.
Em várias ocasiões, Milei criticou duramente o atual presidente brasileiro, chamando-o de “comunista” e “corrupto”.
Em outra entrevista, o chefe do Executivo argentino declarou que não faria negócios com a China nem com nenhum comunista, incluindo Lula neste grupo. No entanto, após a eleição, Milei comentou que manteria as relações comerciais com o Brasil.
Em Davos, ele reforçou essa posição, dizendo que terá uma relação adulta com o Brasil. Isso significa que “continuaremos tendo relações comerciais e trabalharemos para entrar juntos na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)”.
Quando questionado se isso seria difícil, ele respondeu que “nada é fácil na vida”.