O Índice de Preços ao Consumidor, o CPI dos EUA (Estados Unidos), subiu 0,5% em janeiro, ante 0,1% em dezembro de 2022. Os dados vieram dentro da expectativa do mercado. Os dados foram divulgados, nesta terça-feira (14), pelo Bureau of Labor Statistics (Departamento de Trabalho dos Estados Unidos).
No acumulado dos últimos 12 meses, o CPI dos EUA foi de 6,4%, mantendo o mesmo número do mês anterior. O consenso do mercado era uma alta de 6,2%. Com isso, a inflação americana atingiu o nível mais baixo desde outubro de 2021.
Em relação ao núcleo do CPI, os números vieram dentro do consenso do mercado, com um aumento de 0,4%. Na comparação anual, o núcleo ficou em 5,6%, acima do consenso de 5,5%, mas abaixo do núcleo de dezembro (5,7%).

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CPI dos EUA: Bureau explica os números de janeiro
De acordo com o BLS, o índice de segurança foi o maior contribuinte para aumento mensal de todos os itens, contabilizando quase metade do mensal. Além disso, os grupos de alimentos, gasolina e gás natural também contribuíram para o avanço da inflação americana.
O índice de alimentos em geral aumentou 0,5% no mês, com o índice de alimentos para consumo em casa subindo 0,4 ponto percentual. O índice de energia aumentou 2,0% no mês, com todos os principais componentes de energia registrando aumento.
Em janeiro, o núcleo do CPI dos EUA, excluindo alimentos e energia, teve um aumento de 0,4%. Categorias como habitação, seguro de automóveis, recreação, vestuário e móveis para casa registraram aumento, assim como os índices de operações. Por outro lado, os índices para carros e caminhões usados, assistência médica e tarifas aéreas recuaram.
O economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz, relata que os dados do CPI dos EUA vieram em linha com o esperado pelo mercado, embora ele aponte que esperava o índice um pouco mais para o número cheio e para núcleo, na faixa do 0,40%.
Na avaliação dele, os números ficaram um pouco acima por conta da pressão dos preços de vestuário e recreação, principalmente no último que tem uma relação com o setor de transportes e serviços. Este fato pode ter sido ajudado pelo inverno menos rigoroso.
Além disso, este fator contribui para o avanço do preço da passagem, cujo setor aéreo ainda recupera das perdas durante a pandemia de covid-19.
“Então, são fatores que têm um impacto único, que não deve durar vários meses, não deve reverter um cenário de uma inflação mais baixa nos próximos meses. Porém, obviamente, ainda incomoda porque a inflação dos serviços é alta, exatamente o que o Fed não gostaria de ver. Ele vem mencionando que essa inflação de serviços sem a parte imobiliária (…) deveria desacelerar para dar mais confiança para parar de subir os juros”, explica.
“A reação do mercado ainda é de mais cautela em relação aos juros retirando a precificação que tinha de um corte de juros ainda neste ano, que está em linha do nosso cenário. A gente espera que o banco central americano fique parado com a taxa básica, em torno de 5,25% até o final do ano para garantir essa convergência de inflação para esse patamar mais baixo”, conclui.
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