O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 13,25% (+100pbs), de maneira unânime, em linha com o sinalizado na reunião anterior. O comunicado simplificou o “forward guidance”, indicando mais uma alta de 100pbs para a próxima reunião, elevando a taxa Selic para, pelo menos, 14,25%.
No cenário doméstico houve pouca alteração na percepção das variáveis econômicas. A atividade continua resiliente, apresentando dinamismo, mesmo que não tenha mais surpreendido positivamente. No lado da inflação, os núcleos permanecem acima da meta e os dados correntes surpreenderam novamente para cima.
Em relação às projeções, houve nova deterioração, alcançando 4%, de 3,8%, para o terceiro trimestre de 2026, em linha com nossas simulações. Ou seja, mesmo com a taxa Selic alcançando 15% (na pesquisa Focus), a inflação projetada pelo Copom subiu e se encontra 100pbs acima da meta de 3%.

O balanço de riscos permaneceu assimétrico para a alta. Porém, dentre os riscos baixistas foi incluída a atividade doméstica, em detrimento da global. Ou seja, os membros do Comitê começam a sinalizar que o viés para a atividade pode ter começado a virar.
Porém, como os dados de desaceleração econômica ainda são preliminares, essas variáveis entraram mais como um risco. Os próximos dados de atividade ganharam relevância para a definição dos passos subsequentes da decisão de política monetária.
Finalmente, o Comitê encurtou a perspectiva de alta de 100pbs para a próxima reunião. Apesar dessa sinalização, continuamos esperando que a taxa Selic alcance 16,25% nos próximos meses, dada a continuidade do descolamento das projeções do BC e das expectativas de inflação em relação à meta de 3%.
Por Thalita Silva, economista, e Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset
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