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Copom: Devagar, que o santo é de barro!

Copom: Devagar, que o santo é de barro!

O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 10,50%, de maneira unânime.

O comunicado não trouxe mudanças significativa no cenário econômico. O ambiente internacional continua incerto, enquanto domesticamente o IPCA continua arrefecendo, mas com os núcleos acima da meta.

Em termos de projeções, o comitê alterou a dinâmica de divulgação, apresentando os cenários com o horizonte para o 1º trimestre de 2026, implementando a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN).

No cenário de referência, a inflação alcança 3,4%, enquanto no cenário alternativo, 3,2%. Mesmo que não intencional, essas projeções indicam uma mensagem dove, pois se encontram ao redor da meta, com pequenos desvios, especialmente considerando o cenário alternativo.

Assim, mesmo que as projeções para 2025 tenham se afastado ainda mais da meta, no horizonte relevante para a política monetária mostra pequeno desvio em relação à meta.

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gráfico Selic

No entanto, no balanço de riscos, o Copom decidiu dar mais destaque para a desancoragem das expectativas e para a depreciação cambial.

Por mais que os membros do Comitê ainda achem que a piora dessas variáveis não seja persistente, como menciona ao final do parágrafo, são potenciais motivos para um movimento altista na taxa de juros. Ou seja, são os motivos para não fechar a possibilidade de alta de juros no futuro, caso seja necessário.

Porém, os membros do Copom ainda têm dúvidas se a depreciação recente do real é duradoura, dado que há fatores domésticos e externos justificando esse movimento. Assim, o Comitê entende que há necessidade de “ainda maior” vigilância e cautela na condução da política monetária.

Copom: visão mais preocupada sobre cenário prospectivo

Em resumo, o comunicado trouxe uma visão mais preocupada sobre o cenário prospectivo, dada a deterioração das expectativas e o risco de que a taxa de câmbio eleve ainda mais as projeções de inflação no horizonte relevante.

Porém, com as simulações atuais, a manutenção da taxa Selic em 10,5% seria suficiente para que o IPCA oscile muito próximo do centro da meta de inflação, reduzindo as chances de cortes de juros em 2025 e reforçando o cenário alternativo do Copom.

Mantemos nossa expectativa de que a taxa Selic fique estável em 10,5% até o final de 2024, e provavelmente até meados de 2025, quando as variáveis de expectativas e taxa de câmbio definirão se haverá espaço para uma flexibilização monetária.

Por Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset

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