O ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, declarou nesta quarta-feira (6) ao assessor especial da Presidência, Celso Amorim, que Pequim é contrária a “interferências externas injustificadas” nos assuntos internos do Brasil.
Segundo nota oficial, o comentário foi interpretado como uma referência à recente ofensiva do governo de Donald Trump e reforça a posição chinesa de apoio à soberania brasileira.
China critica interferência externa no Brasil
Durante a conversa, Wang Yi condenou o uso de tarifas como instrumento político, classificando a medida como violação da Carta das Nações Unidas e das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). O chanceler reiterou o apoio de Pequim à defesa da soberania e da dignidade brasileiras, além de destacar a importância do Brics para ampliar a solidariedade entre países do Sul Global.
Wang, que também é um dos mais altos dirigentes do Partido Comunista Chinês, chefia a Diretoria de Relações Exteriores do Comitê Central. Amorim, por sua vez, enalteceu a “profunda amizade” e a “forte confiança mútua” entre Brasil e China, concordando com as críticas ao tarifaço americano.
O governo Lula confirmou o teor da conversa. Nesta semana, o Conselho da Câmara de Comércio Exterior autorizou o Itamaraty a ingressar com uma ação na OMC para contestar as novas tarifas de 50% impostas por Washington sobre produtos brasileiros e as sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.