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Caged tem pior resultado desde março de 2020

Caged tem pior resultado desde março de 2020

O mercado de trabalho formal brasileiro registrou um ritmo mais lento em março de 2025. Segundo dados do Caged – Cadastro Geral de Empresagos e Desempregados – divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Ministério do Trabalho, foram abertas 71.576 vagas com carteira assinada no mês — resultado considerado fraco, especialmente após o recorde histórico de 431 mil postos criados em fevereiro.

A criação de vagas em março veio muito abaixo das expectativas do mercado, que projetava a abertura de 201,7 mil postos. O desempenho também ficou bem aquém do observado em março de 2024, quando o país criou 245.395 vagas. Trata-se do pior saldo para meses de março desde 2020, quando, no início da pandemia de Covid-19, houve o fechamento de 294.985 postos de trabalho.

No acumulado do ano, de janeiro a março, o saldo de vagas formais no país soma 654.503. Já no acumulado de 12 meses, de abril de 2024 a março de 2025, o país contabiliza a criação de 1.613.752 empregos com carteira assinada.

Caged: setor de serviços se mantém como principal destaque do mercado

Entre os setores da economia, os serviços se mantiveram como principal motor do mercado de trabalho, com a abertura de 52.459 postos em março. O setor da construção civil também teve desempenho positivo, com 21.946 novas vagas, seguido pela indústria, que abriu 13.131 postos. Em contrapartida, o comércio registrou fechamento de 10.310 vagas, e a agropecuária perdeu 5.644 postos.

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Na análise regional, 19 das 27 unidades da federação tiveram saldo positivo de empregos em março. São Paulo liderou a geração de vagas, com 34.864 postos, seguido por Minas Gerais (+18.169) e Santa Catarina (+9.841). Na outra ponta, Alagoas teve o pior desempenho, com fechamento de 8.492 postos, seguido por Rio de Janeiro (-6.758) e Mato Grosso (-3.544).

PNAD: taxa de desocupação sobe

Além do Caged, também saíram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE. O relatório mostrou que a taxa de desocupação no Brasil subiu para 7% no trimestre encerrado em março. O resultado veio em linha com a expectativa do mercado e representa uma leve alta frente aos 6,2% observados no último trimestre de 2024. Ainda assim, o índice segue abaixo dos 7,9% registrados no mesmo período do ano passado.

Apesar da elevação trimestral, o número representa a menor taxa de desocupação já registrada para um primeiro trimestre desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012, superando o desempenho anterior de março de 2014, quando a taxa ficou em 7,2%.

Segundo o IBGE, a alta foi impulsionada pelo crescimento de 13,1% na população desocupada em relação ao trimestre imediatamente anterior — o equivalente a mais 891 mil pessoas em busca de trabalho. Ainda assim, o contingente total de desempregados segue 10,5% inferior ao observado no primeiro trimestre de 2024, reforçando a tendência de recuperação gradual do mercado de trabalho.

Tá, e aí?Stephan Kautz

Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, fez uma avaliação tanto do Caged quanto do PNAD. De acordo com ele, ambos os dados mostraram um mercado de trabalho ainda forte. Então, por mais que a taxa de desemprego tenha subido no mês, quando é feito o ajuste sazonal, tido a influência do fator sazonal, o dado ficou parado em 6,5, que é o mínimo observado nos últimos anos.

Com relação às pessoas empregadas, o dado voltou a subir e a renda real continua crescendo em torno de 4%, ou seja, 4% acima da inflação, mesmo tendo acelerado nos últimos meses para próximo de 5%. Então, trata-se de um reajuste nominal de salários entre 9,5% e 10%, considerado por Kautz, como sendo um patamar bastante robusto.

“E o próprio Caged também, apesar de ter vindo um número mais fraco, foi por conta da questão do carnaval. Então, quando você tira esses efeitos de feriados, o resultado ainda foi bastante forte, fazendo a média por dias úteis. E quando olhamos a parte de salários, também na pesquisa do Caged, vemos os dados de admissão, voltando a subir também, e todos os setores tiveram alta no mês”, relatou ele.

Ouça abaixo o comentário completo: