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Caged de outubro expõe freada no mercado de trabalho, aponta Stephan Kautz

Caged de outubro expõe freada no mercado de trabalho, aponta Stephan Kautz

Saldo de vagas formais cai para o pior nível da série recente e reforça sinais de desaceleração econômica

O Caged de outubro trouxe um dos números mais fracos da série iniciada em 2020 e acendeu um sinal de alerta sobre o ritmo de criação de empregos no país. O saldo do mês ficou em 85.147 vagas formais, resultado de 2.271.460 admissões contra 2.186.313 desligamentos. A abertura líquida de postos ficou bem abaixo das projeções dos economistas e reforça a tendência de perda de fôlego do mercado de trabalho.

Ao longo do relatório, o comportamento do Caged de outubro mostra que a desaceleração não é pontual, mas parte de um movimento mais amplo.

Setores avançam pouco enquanto indústria e agro recuam

O número modesto de outubro também refletiu um comportamento desigual entre os setores. Apenas serviços e comércio registraram criação de vagas, com 82.436 e 25.592 postos respectivamente. Esses dois segmentos evitaram um resultado ainda pior, já que agropecuária e indústria tiveram fechamento de vagas, com cortes de 9.917 e 10.092 postos.

Esse recuo em atividades produtivas de peso ajuda a explicar a fraqueza do Caged de outubro. A indústria, que vinha segurando parte do dinamismo no começo do ano, inverteu a direção. Já o campo, influenciado por ciclos sazonais e custos elevados, contribuiu negativamente. A combinação reforça o diagnóstico de que o mercado de trabalho está sofrendo com o baixo ritmo da economia neste segundo semestre.

Desempenho acumulado confirma perda de ritmo

De janeiro a outubro, o Brasil abriu 1.800.650 vagas com carteira assinada. Embora positivo, o número é menor que o registrado no ano anterior e representa o terceiro pior desempenho da série. O que aparece no Caged de outubro também se repete no acumulado do ano: a criação de empregos perde força mês após mês.

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A distância entre o resultado atual e o de 2024, quando o saldo no mesmo período havia superado 2,1 milhões de vagas, resume o quadro. A economia avança pouco e isso chega de forma direta ao mercado de trabalho formal. A fragilidade persistente estimula debates sobre a capacidade do país de sustentar contratações sem um impulso mais claro de investimento e atividade.

Tá, e aí?Stephan Kautz

Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, avaliou que os números do Caged de outubro reforçam um quadro de desaceleração nítida no mercado de trabalho. Em suas palavras, “veio abaixo do esperado, pelo consenso, tá, bem mais fraco”. Ele destacou que a média móvel de três e seis meses também mostra queda contínua, alcançando níveis mais baixos dos últimos três a quatro anos.

Kautz lembrou que o Caged captura apenas o lado formal, enquanto a PNAD registra o comportamento dos trabalhadores informais. Segundo ele, “no último dado do IBGE da PNAD, os informais estavam, inclusive, até com uma geração negativa de vagas”, o que pode pressionar a taxa de desemprego nos próximos meses.

De forma direta, Stephan aponta que, embora não haja um colapso do emprego, há uma tendência clara de menor criação de vagas. Indiretamente, sua análise associa o Caged de outubro à fraqueza da atividade econômica, afirmando que “isso está em linha com o que a gente tem observado no crescimento, que é um crescimento nesse segundo semestre, bem próximo de zero”. Ele também ressaltou a importância dos próximos dados da PNAD e do PIB para medir a intensidade dessa desaceleração.

Ouça a análise na íntegra: