O Brasil criou 180.395 vagas com carteira assinada em janeiro, segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) nesta sexta-feira (15), do Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado ficou acima das projeções de economistas, que estimavam abertura de vagas entre 60 mil e 115.496, com mediana em 85.428.
O resultado do mês ficou acima da projeção do mercado, segundo pesquisa da agência “Reuters”, de criação líquida de 90 mil empregos. O número divulgado pelo Caged de janeiro representou alta frente ao saldo positivo de 90.031 de janeiro de 2023.
O resultado de janeiro de 2024 é o melhor para o mês desde 2021, quando foram criados 257.059 postos de trabalho.
Em janeiro, o país registrou 2,06 milhões de admissões e 1,88 milhão de desligamentos no mercado de trabalho formal.
O salário médio real de admissão subiu para R$ 2.118,32, o que representa uma alta real de 3,38% em relação ao mês anterior.

Caged: criação de vagas em janeiro é positiva
Houve saldo positivo de vagas em quatro dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas. O destaque ficou por conta da criação de 80.587 posições no setor de serviços, e 67.029 na indústria. Construção gerou 49.091 vagas formais, enquanto a agropecuária ficou em 21,9 mil.
Já o comércio teve saldo negativo de 38.212 empregos formais.
Das 27 Unidades Federativas, 25 registraram saldos positivos em janeiro, com São Paulo em primeiro lugar, com 38.499 vagas criadas em janeiro. Por outro lado, o menor saldo foi do Maranhão, com fechamento de 831 postos de trabalho formais, informou o Caged.
Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, reforça que o consenso para o número de vagas líquidas criadas era de cerca de 85 mil, e um resultado de 180,4 mil, de fato, veio muito além do esperado.
“Quando olhamos outros anos e para o padrão sazonal da geração de vagas, é muito raro ver um resultado tão forte assim. O resultado veio bastante concentrado no setor industrial, o que parece estranho, já que a indústria anda de lado há mais de 12 meses, com perda de produtividade“, explica.
O número sugere um mercado de trabalho ainda apertado para Kautz. Nesse sentido, a taxa de desemprego deve se manter próxima das mínimas para os meses seguintes.
“Vale lembrar que o mercado de trabalho reage depois da atividade. Esperamos que a desaceleração da atividade continue crescendo, como vimos no 2° semestre de 2023.“
“A atividade no início de 2024 ficou muito forte, ainda que com algumas distorções que parecem muito significativas para extrapolarmos como tendência e direção daqui para frente“, complementa.
Escute o áudio completo a seguir: