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Café em alta: o que está acontecendo e como lucrar com investimentos?

Café em alta: o que está acontecendo e como lucrar com investimentos?

Se você é fã de um bom cafezinho, provavelmente já percebeu o impacto no bolso com a alta no preço do café.

Em janeiro, o preço médio da bebida superou os R$ 55, alcançando o valor mais alto da história. Isso representa um aumento de 90% em apenas um ano. Em 2024, o preço do café subiu 39,60%, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Esse crescimento, combinado com a alta de 7,69% nos preços de alimentos e bebidas, foi um dos principais fatores que fizeram a inflação ficar acima da meta, fechando o ano em 4,83%. Mas o que está por trás desse cenário?

Café em alta: o que está acontecendo?

A dinâmica de preços do café, assim como de qualquer outra commodity, é determinada pela relação entre oferta e demanda. Quando a oferta é menor, os preços tendem a subir. Por outro lado, se a oferta é maior do que a demanda, os preços caem.

E é exatamente isso que tem ocorrido. Ao longo da história, a demanda por café tem crescido muito mais rápido do que a capacidade de produção. Nos últimos 20 anos, por exemplo, o consumo global aumentou de forma consistente, superando a produção.

Crescimento oferta x demanda mundial

Fonte: USDA

Tiago Maciel, analista da EQI Research, destaca que essa dinâmica se intensificou consideravelmente nos últimos quatro anos. Durante esse período, a demanda por café permaneceu extremamente aquecida, enquanto a oferta global sofreu quedas acentuadas, principalmente devido a condições climáticas adversas em alguns dos maiores países produtores de café do mundo.

Impactos climáticos nos maiores produtores de café

Entre os principais afetados estão o Brasil e o Vietnã, os dois maiores produtores e exportadores de café globalmente. Ambos enfrentam condições climáticas severas que têm prejudicado a produção. Nos últimos dois anos, os países enfrentaram intensas ondas de calor, seca e chuvas excessivas, que impactaram diretamente a produtividade de suas lavouras.

No Brasil, a situação foi ainda mais grave no ano passado, quando o país sofreu a pior seca em 70 anos. Como resultado, a plantação de café foi severamente prejudicada, e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê uma queda na produção superior a 12% neste ano.

No Vietnã, o quadro não é muito diferente: tanto a seca quanto as chuvas em excesso causaram uma queda significativa na produção nas últimas safras. Além de ser um grande produtor, o Vietnã também é um dos maiores exportadores mundiais de café. Com a redução da produção vietnamita, a demanda global pelo café brasileiro aumentou ainda mais.

No ano passado, o Brasil alcançou um recorde histórico de exportações, superando os 50 milhões de sacas de café vendidas. Esse cenário resultou nos preços elevados que têm sido amplamente visíveis nas prateleiras dos supermercados.

Exportações brasileiras (milhões de sacas)

Fonte: Cecafé 

O que esperar para 2025?

As condições climáticas, por serem tão volúveis, podem alterar rapidamente o cenário de produção agrícola, e, com isso, uma possível recuperação na oferta poderia resultar em uma queda nos preços.

Porém, conforme observa o analista da EQI Research, “não há expectativa de uma reversão imediata. Pelo contrário, os especialistas continuam projetando uma nova redução na produção de café em 2025. Isso indica que os estoques globais deverão seguir baixos, ou, no melhor cenário, sem grandes variações”.

Com isso, não há perspectiva de que os preços do café — aquele famoso “cafezinho” do dia a dia — apresentem uma queda relevante em breve.

Estoques globais (milhões de sacas de 60kg) 

Fonte: USDA  

Mas como se proteger da alta dos preços?

Infelizmente, como explica Maciel, as opções de proteção contra a alta nos preços do café são limitadas. “Não existem muitas alternativas na bolsa brasileira, nem no mercado global, envolvendo empresas produtoras de café”.

As poucas que existem, em geral, são empacotadoras e não produzem café, como a Nestlé ou a Camil no Brasil. Também há varejistas, como a Starbucks, mas essas empresas não costumam se beneficiar diretamente do aumento no preço do grão”, explica o analista.

Pelo contrário, muitas vezes, essas companhias acabam sofrendo com a pressão sobre suas margens, uma vez que o café é uma de suas matérias-primas, e elas não conseguem repassar o aumento de custo diretamente aos consumidores.

Para quem busca ganhar com o café no mercado financeiro, Maciel aponta que “os melhores instrumentos são os contratos futuros de café”. Esses contratos são negociados em diversas bolsas ao redor do mundo, inclusive na B3, no Brasil, onde é possível negociar sacas de café arábica.

“Os contratos futuros funcionam como acordos de compra e venda, nos quais a negociação ocorre com base no valor da saca de café arábica na data presente, com um vencimento definido para uma data futura. No caso da B3, a cotação é medida em reais por saca de 60kg”, explica o analista.

Além disso, para quem pode operar nos Estados Unidos, Maciel destaca outras alternativas, como “os contratos futuros negociados na Bolsa de Nova Iorque, além de alguns ETFs disponíveis para investir nessa mesma bolsa, que refletem a dinâmica dos preços do café”.

Para os investidores interessados em capturar os ganhos dessa commodity amplamente consumida, ele acredita que esses instrumentos são as melhores opções disponíveis no momento.

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