Os brasileiros já pagaram mais de R$ 2 trilhões em impostos até a manhã de domingo (21), mostra o Impostômetro, como é chamado o painel instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O valor representa um crescimento de 17,6% em relação ao mesmo período de 2023, de R$ 1,7 trilhão.
As informações sobre os impostos arrecadados nas esferas federal, estadual e municipal também podem ser acompanhadas em tempo real pelo site impostometro.com.br, além do painel no edifício localizado no centro de São Paulo.
O valor de R$ 2 trilhões em impostos foi pago pelos contribuintes brasileiros aos governos federal, estadual e municipal desde o início do ano. Impostos, taxas e contribuições, incluindo multas, juros e a correção monetária, também entram no resultado divulgado.
R$ 2 trilhões em impostos: arrecadação focada em consumo antecipou marca
O avanço do pagamento de tributos em 2024 foi impulsionado pelo aumento da atividade econômica, renda e emprego. A inflação e reintegração do PIS e Cofins nos combustíveis também tiveram impacto, mostrou a Associação, diante de um sistema tributário que foca a taxação no consumo. Ou seja, conforme os preços sobem, a arrecadação cresce.
Dados da ACSP mostram que o Impostômetro atingiu a marca de R$ 2 trilhões em impostos pela primeira vez em dezembro de 2015. Em julho daquele ano, o acumulado era de R$ 1,1 trilhão em tributos pagos.
O crescimento acumulado entre 2024 e 2015 é de 82%. Especialistas da instituição apontam que a carga tributária do país é comparável à da Grã-Bretanha, embora a renda por habitante seja expressivamente menor, o que prejudica o crescimento da economia local.
Arrecadação federal atinge R$ 202,9 bi em maio e marca novo recorde
A arrecadação federal atingiu um novo recorde em maio, com um aumento real de 10,46% em relação ao mesmo mês do ano anterior, totalizando R$ 202,979 bilhões. No acumulado de janeiro a maio de 2024, também foi alcançado um valor inédito de R$ 1,089 trilhão, o que representa um aumento real de 8,72%.
Os dois números foram divulgados pela Receita Federal e refletem o desempenho arrecadatório mais alto registrado pelo fisco em 30 anos, desde o início da série em 1995. Este resultado ficou ligeiramente acima dos 199,726 bilhões de reais estimados por economistas na pesquisa da Reuters.
A Receita Federal divulgará na quinta-feira (25) os dados da arrecadação de junho, após o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 3º bimestre de 2024, marcado para esta segunda-feira (22).
Recentemente, por frustração de receitas, o governo anunciou um contingenciamento de R$ 3,8 bilhões e um bloqueio de R$ 11,2 bilhões sobre as despesas discricionárias, congelando, ao todo, R$ 15 bilhões.
