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Brasil e China assinam 37 acordos, mas sem adesão à Rota da Seda

Brasil e China assinam 37 acordos, mas sem adesão à Rota da Seda

Brasil e China assinaram 37 acordos durante a visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil, que teve encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última quarta-feira (20). A reunião incluiu uma série de discussões bilaterais, abrangendo temas como agricultura, indústria e um plano de cooperação com sinergias entre iniciativas brasileiras e a “Belt and Road Initiative” (Iniciativa Cinturão e Rota).

O Planalto pretende mudar o perfil de sua relação com a China, passando de mero exportador de commodities a um parceiro com integração financeira e a participação de suas indústrias nas cadeias de produção industriais chinesas. O fato de Xi ter firmado um comunicado que diz que o status da parceria foi elevado sinaliza, ao menos em tese, boa vontade dos chineses.

Confira os principais acordos firmados pelos dois líderes:

  1. Declaração Conjunta: Compromisso com a formação de uma Comunidade de Futuro Compartilhado China-Brasil por um mundo mais justo e sustentável.
  2. Plano de Cooperação: Sinergia entre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e iniciativas chinesas como a “Belt and Road”.
  3. Memorando de Entendimento: Desenvolvimento internacional entre as agências de cooperação dos dois países.
  4. Parceria em Bioeconomia: Acordo entre os Ministérios das Relações Exteriores e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China.
  5. Financiamento: Contrato entre o BNDES e o China Development Bank.
  6. Exportação de Uvas: Protocolo sobre requisitos fitossanitários.
  7. Exportação de Gergelim: Acordo para inspeção e quarentena.
  8. Importação de Produtos Pesqueiros: Protocolo para farinha e óleo de peixe.
  9. Exportação de Sorgo: Regras fitossanitárias para exportação à China.
  10. Cooperação Agrícola: Carta de intenções para desenvolvimento técnico e comercial no setor.

Outros acordos destacam a colaboração em áreas estratégicas:

  • Ciência e Tecnologia: Desenvolvimento conjunto em inteligência artificial, tecnologia nuclear e indústria fotovoltaica.
  • Infraestrutura Urbana: Fortalecimento da cooperação em habitação e desenvolvimento urbano.
  • Indústria e Comércio: Promoção do investimento industrial e apoio a micro e pequenas empresas.
  • Cultura e Turismo: Parcerias para intercâmbio cultural, produção audiovisual e fortalecimento do turismo.
  • Sustentabilidade: Planos de ação para transformação ecológica e mineração sustentável.
  • Comunicação e Educação: Acordos para cooperação entre mídias e universidades, com foco em desafios globais.

Brasil e China: Rota da Seda fica sem adesão total, para evitar mal-estar com os EUA

Esses acordos reafirmam a parceria estratégica entre Brasil e China. Entretanto, Xi não conseguiu de Lula a adesão total do Brasil ao projeto que ele pretende deixar como legado: a chamada “Nova Rota da Seda”, ou “Cinturão e Rota”. A adesão integral brasileira poderia causar mal-estar com os Estados Unidos.

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Em vez disso, Brasil e China concordaram em usar na declaração conjunta o termo “sinergia”, para integrar a iniciativa chinesa a programas de infraestrutura como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Plano Nova Indústria Brasil. O temor em Brasília era de que a adesão total poderia soar como alinhamento do Brasil com Pequim para os EUA, país em constante tensão com os chineses.

A Nova Rota da Seda é a peça central da política externa chinesa, que apoia e constrói cerca de 21 mil projetos de infraestrutura em todo o mundo, em um investimento superior a 1,3 trilhão de dólares (R$ 6,3 trilhões).

O Brasil era pressionado pelo governo chinês a aderir à sua iniciativa de investimento em infraestrutura, mas o Itamaraty optou em não se envolver amplamente no projeto do gigante asiático. 

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