A nova edição do Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, divulgado nesta segunda-feira (19), revisou para cima a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025, passando de 2,3% para 2,4%. Para 2026, a estimativa foi mantida em 2,5%.
A melhora nas expectativas reflete o desempenho acima do esperado no início de 2025. A previsão para o primeiro trimestre é de crescimento de 1,6% na comparação com o trimestre anterior, ante 1,5% projetado em março. Na comparação anual, o PIB do 1º trimestre deve crescer 3,1%. A revisão foi impulsionada por resultados melhores do que o esperado nos setores de indústria e serviços, além do forte avanço da agropecuária.
Ainda para 2025, a SPE projeta expansão de 6,3% para o setor agropecuário, 2,2% para a indústria e 2% para o setor de serviços. Após o desempenho positivo no início do ano, a tendência é de desaceleração da atividade econômica ao longo do segundo semestre. Para os anos seguintes, o crescimento tende a se estabilizar próximo de 2,6%.

Boletim Macrofiscal: cenário externo
No cenário externo, o boletim alerta para o acirramento das tensões comerciais globais, que podem impactar o ritmo de crescimento da economia brasileira. As tarifas comerciais devem afetar os fluxos internacionais, reduzindo a demanda por commodities e adiando decisões de investimento e consumo. Ainda assim, o relatório aponta que novas oportunidades podem surgir com as mudanças nas dinâmicas do comércio mundial.
A conjuntura internacional segue marcada por incertezas, apesar da recente redução temporária das alíquotas de importação. As dúvidas em torno da política comercial dos principais países mantêm o dólar pressionado para baixo e os juros de longo prazo nos EUA em alta, contrariando expectativas típicas de um cenário de maior aversão ao risco. Esse enfraquecimento do dólar, aliado à desaceleração global e à queda nos preços das commodities, pode aliviar pressões inflacionárias em países da América Latina no curto prazo.
Projeção para a inflação
Em relação à inflação, a projeção do IPCA (inflação oficial) para 2025 foi ajustada de 4,9% para 5%, refletindo variações observadas em março e pequenas revisões nas expectativas para os próximos meses. A desaceleração mais consistente da inflação deve ocorrer a partir de setembro.
Para 2026, a previsão é de 3,6%, dentro do intervalo da meta de inflação. O INPC projetado para 2025 subiu levemente, de 4,8% para 4,9%, enquanto o IGP-DI teve leve queda, de 5,8% para 5,6%.
Projeção para o déficit primário
O Prisma Fiscal de maio também trouxe dados positivos. A projeção mediana para o déficit primário de 2025 caiu pelo sexto mês consecutivo, atingindo R$ 72,7 bilhões – o menor valor desde outubro de 2023. Em janeiro, a estimativa era de R$ 84,3 bilhões.
A expectativa atual está acima do limite inferior da meta fiscal ajustada pela compensação dos precatórios (R$ 31,1 bilhões). Já a projeção para a Dívida Bruta do Governo Geral em 2025 ficou em 80,3%, abaixo dos 80,7% estimados em fevereiro e dos 81,7% de novembro de 2024.
As revisões mostram uma perspectiva ligeiramente mais favorável para a economia brasileira, apesar dos riscos e incertezas no cenário externo.






