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Prisma Fiscal: mercado reduz projeção de déficit primário, mas ainda abaixo da meta

Prisma Fiscal: mercado reduz projeção de déficit primário, mas ainda abaixo da meta

A nova edição do boletim Prisma Fiscal, divulgada nesta sexta-feira (16) pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, mostra uma leve melhora nas expectativas do mercado para o resultado primário do Governo Central em 2025. A projeção mediana dos analistas agora aponta para um déficit de R$ 72,687 bilhões no próximo ano — abaixo da estimativa de R$ 73,7 bilhões feita em abril.

Apesar da melhora, o número ainda está distante da meta fiscal estabelecida para 2025, que é de zerar o déficit, ou seja, obter um resultado neutro – 0% do Produto Interno Bruto (PIB).

O levantamento, com dados coletados até o quinto dia útil de maio, reflete o sentimento do mercado em relação à condução fiscal do governo e à capacidade de entrega de resultados compatíveis com o novo arcabouço fiscal. A regra substituiu o antigo teto de gastos e permite crescimento real das despesas entre 0,6% e 2,5% ao ano, limitado a até 70% da variação real das receitas.

Prisma fiscal e projeção de déficit: meta adiada

Inicialmente, o governo federal havia traçado como objetivo zerar o déficit em 2024 e obter superávit primário já em 2025. No entanto, no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) enviado ao Congresso, a meta para o próximo ano foi ajustada para resultado neutro, adiando para 2026 a expectativa de superávit de 0,25% do PIB.

Prisma: déficit projetado também aumenta para 2026

A piora nas expectativas para 2026 é outro ponto de atenção. O mercado agora prevê déficit de R$ 80,690 bilhões, ante R$ 78,2 bilhões na projeção anterior.

O governo, por sua vez, ainda mantém a expectativa de superávit no próximo biênio, reforçando o compromisso de reversão gradual do desequilíbrio fiscal.

Arrecadação e despesas: projeções revisadas

As previsões para a arrecadação das receitas federais em 2025 foram levemente reduzidas, passando de R$ 2,850 trilhões para R$ 2,848 trilhões. Para 2026, houve uma oscilação negativa marginal, com a nova estimativa ficando em R$ 3,028 trilhões.

A receita líquida do Governo Central, por sua vez, foi revista para cima: de R$ 2,307 trilhões para R$ 2,313 trilhões em 2025, e de R$ 2,463 trilhões para R$ 2,464 trilhões em 2026.

Pelo lado das despesas, a projeção para 2025 passou de R$ 2,381 trilhões para R$ 2,383 trilhões. Já para 2026, o número foi ajustado para baixo, de R$ 2,559 trilhões para R$ 2,545 trilhões, refletindo expectativa de maior controle dos gastos públicos.

Dívida pública: cenário ainda desafiador

A mediana das projeções para a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) também foi ligeiramente ajustada. Para 2025, a expectativa caiu de 80,50% para 80,30% do PIB. Para 2026, a projeção recuou de 84,55% para 84,49%.

Ainda assim, esses patamares continuam acima do estimado pelo próprio governo no PLDO, que previa uma DBGG de 79,1% do PIB em 2026. No relatório de Projeções Fiscais de dezembro de 2024, o Tesouro Nacional estimava níveis ainda maiores: 81,7% em 2026 e 81,8% em 2027.