O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira (26) sua decisão de manter inalteradas as três taxas de juros principais.
A taxa de refinanciamento segue em 4,50%; a de empréstimos, em 4,75%; e a de depósito, em 4%.
A última alta, a décima promovida pelo BCE, foi em setembro e de 25 pontos-base, e levou os juros a níveis recordes para o bloco econômico.
A divulgação desta quinta reforça o comunicado da ata da última decisão de juros, de que apesar de uma previsão de inflação persistentemente elevada e de pressões internas significativas sobre os preços, a inflação caiu consideravelmente em setembro e as medidas de inflação subjacente continuaram a desacelerar.
Segundo o BCE, os dez aumentos promovidos nas taxas de juros do BCE continuam a impactar nas condições de financiamento, exercendo uma influência atenuadora sobre a demanda e contribuindo para a redução da inflação.
O BCE também reforçou que segue comprometido em assegurar o retorno da inflação à sua meta de 2% ao ano.
O Conselho considera que as taxas de juros atuais, se mantidas por um período suficientemente longo, contribuirão substancialmente para esse objetivo. “Futuras decisões do BCE garantirão que as taxas de juros sejam mantidas em níveis suficientemente restritivos pelo tempo necessário”, disse a autoridade monetária.
A decisão do BCE era amplamente esperada, segundo o economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz.
“Na última comunicação da Christine Lagarde, ela já havia sinalizado que a manutenção das taxas de juros nos patamares atuais faria a inflação convergir para a meta e repetiu isso hoje”, avalia.
Para o economista, com os últimos dados de inflação apontando recuo, apesar de ainda altos, e indicadores apontando fraqueza da economia, esta paralisação dos juros deve significar um fim de ciclo de juros na Europa.
“São três trimestres consecutivos com PIB crescendo 0% e vemos os PMIs (Índices dos Gerentes de Compras) apontando contração. Nesse sentido, o BCE enfrenta uma realidade diferente do banco central americano, tendo atividade fraca e inflação desacelerando. Então, faz sentido interromper esse ciclo de alta de juros, mesmo com o discurso ainda duro, de que, se for preciso, os juros voltam a subir”, avalia.
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