A ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve, destacou que durante o período entre reuniões algumas divulgações de dados melhores do que o esperado pareceram diminuir a percepção entre os investidores de que a política monetária poderá ter de ser ainda mais restritiva. O banco central norte-americano tem o objetivo de levar a inflação do país a 2% no ano e destacou uma melhora no progresso.
Os agentes do mercado também consideraram que as comunicações sobre política monetária, em geral, apontavam para uma política um pouco menos restritiva do que o esperado, documentou a ata do Fed.
Na ocasião, o Fed optou por manter, pela terceira reunião seguida, os juros no patamar entre 5,25% e 5,50%.
“Como resultado, os rendimentos nominais dos Treasuries diminuíram significativamente e a trajetória implícita de mercado esperada para a taxa dos títulos para além dos próximos meses deslocou-se para baixo. Contudo, os principais índices acionários foram impulsionados por muitos dos mesmos fatores que reduziram os rendimentos dos títulos”, apontou o colegiado.
As condições de financiamento permaneceram moderadamente restritivas, uma vez que os custos dos empréstimos permaneceram elevados, apesar de terem diminuído durante o período intermediário, disse o banco central dos EUA.
Na época, destaca a ata do Fed, os dados disponíveis na reunião de 12 e 13 de dezembro sugeriam que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real dos EUA estava relaxando, diante do forte ritmo no terceiro trimestre. As condições do mercado de trabalho continuaram restritivas, com ganhos de emprego moderados, mas ainda fortes, e uma baixa taxa de desemprego. A inflação dos preços ao consumidor diminuiu ao longo do ano passado, mas permaneceu elevada, segundo o BC dos EUA.
Ainda assim, em relação à inflação, todos os participantes observaram que progressos claros foram realizados em 2023 em direção ao objetivo da marca de 2% no ano. No entanto, a inflação permanece “acima da meta do Comitê e precisariam ver mais provas de que as pressões inflacionistas estão diminuindo para se tornarem confiantes” em um retorno sustentável.
O Comitê revisou para baixo sua projeção para a inflação, e avaliou que deve ser menos persistente do que anteriormente projetado. Os técnicos estimavam que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) terminaria o ano um pouco abaixo de 3% ao ano, com o núcleo do PCE um pouco acima de 3%.
“É esperado que a inflação diminua nos próximos ano,s à medida que a demanda e a oferta nos mercados de produtos e de trabalho se alinhem melhor; em 2026, espera-se que a inflação cheia e subjacente pelo PCE se aproxime de 2%“, diz a ata.
O Fed também observa que o aperto significativo da política monetária por parte dos bancos centrais estrangeiros ao longo dos últimos dois anos, e as repercussões do choque energético na Europa, continuaram a pesar sobre a atividade econômica externa.
“Os indicadores económicos chineses, como a produção industrial, apontam para um crescimento econômica modesto. Em contraste, a atividade na Ásia, excluindo a China, se intensificou, apoiada em parte por uma recuperação da produção industrial, especialmente no setor de alta tecnologia“, notou.