A inflação nos Estados Unidos, medida pelo PCE, apresentou estabilidade em outubro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Bureau of Economic Analysis. A expectativa do mercado era de avanço de 0,1%. Em setembro, a alta da inflação nos EUA foi de 0,4%.
Já o núcleo do PCE, que exclui preços voláteis como energia e alimentos, teve uma alta de 0,2% em outubro, conforme esperado pelo mercado, abaixo dos 0,3% do mês anterior. A variação anual do PCE recuou de 3,4% para 3,0%.
O núcleo da inflação nos EUA caiu de 3,7% para 3,5% na comparação anual, em linha com o consenso dos analistas.
As despesas pessoais – categoria que engloba a soma das despesas de consumo pessoal (PCE), pagamentos de juros pessoais e pagamentos de transferências – aumentaram US$ 43,8 bilhões, e os gastos dos consumidores subiram para US$ 41,2 bilhões.

A poupança pessoal nos EUA foi de US$ 768,6 mil bilhões, com rendimento de 3,8% em outubro.
A inflação de consumo pessoal, medida pelo PCE, é um dos indicadores mais importantes para as decisões de política monetária do Federal Reserve, banco central norte-americano. O núcleo da inflação nos EUA, sobretudo, é observado de perto pela autoridade monetária.
O economista-chefe da EQI Asset Stephan Kautz observa que o PCE veio levemente abaixo do esperado na inflação “cheia”, enquanto o núcleo avançou 0,20%. Até a última semana, as expectativas eram de alta de 0,30%, mas foram gradualmente reduzidas pelos analistas.
Para o especialista, a abertura do número trouxe bons resultados, sobretudo na Habitação – setor importante para o Federal Reserve -, que desacelerou de 0,50% para 0,40%. O núcleo de Serviços sem o setor de habitação, que Jerome Powell, presidente do Fed, sempre menciona como importante nas decisões, também desacelerou para 0,15%, em um patamar baixo.
“Provavelmente, na reunião de dezembro, o Fed precisará revisar suas projeções para baixo, diante dessas surpresas na margem dos últimos meses“, diz.
No mês que vem, o resultado deve vir baixo, segundo Kautz, possivelmente com deflação entre 0,10% e 0,20%, com a queda expressiva nos preços da gasolina nos EUA ao longo do mês de novembro. Isso deve puxar o número cheio para baixo, assim como na comparação anual.
O Federal Reserve não dá tanto peso para isso, já que é um fator pontual e não significa muito em perspectivas futuras, mas ainda assim é algo positivo.
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