A Argentina e lítio podem formar uma parceria de sucesso. O país, nos próximos anos, poderá superar o Chile e se tornar o maior da América Latina, região que atualmente responde por 35% da oferta mundial do metal, utilizado na construção baterias de telefones celulares, de computadores e de veículos elétricos.
Segundo o site CNBC, a perspectiva é que os argentinos superem os chilenos até 2027, graças a projetos exploração que podem produzir um “boom” da extração do minério no país. Entre os principais projetos estão um em Catamarca, no norte do país, e outro em Salta, na província vizinha. A estimativa é que essas áreas dupliquem a produção atual argentina.
Só no ano que vem, a produção pode crescer cinco vezes e até 2027 – quando a Argentina deverá se tornar líder em lítio – deve avançar dez vezes com relação ao patamar atual, que é de aproximadamente 40 mil toneladas do minério.
O país pode se beneficiar ainda do aumento da demanda para os próximos anos, com o avanço da utilização dos carros elétricos em todo mundo. Isso porque as baterias dos veículos elétricos utilizam o lítio em sua composição.

Argentina e lítio: projeto chileno afasta investidores
Ao lado desse esperado boom do projeto de lítio argentino está o fato do Chile – segundo maior produtor mundial, atrás apenas da Austrália – ter criado um projeto para que o próprio estado entre diretamente na produção, com a aquisição de uma participação majoritária estatal nos projetos de produção.
Esse projeto chileno teria sido entendido como uma espécie de “quase nacionalização” dos campos de produção de lítio. E com isso, as empresas privadas precisam, obrigatoriamente, firmar parcerias com empresas estatais se quiserem manter as operações no país. Os chilenos detém 26% da produção latino-americana enquanto os argentinos possuem 6%.
Eleições como fator decisivo
Porém, ainda há riscos. O aumento da exploração do metal no interior do país pode desencandear protestos por parte de populações indígenas sobre o uso da água e questões ambientais. De acordo com a publicação, esses grupos geralmente se opõem ao aumento das operações de produção de lítio.
Além disso, há outra preocupação adicional, que são as eleições presidenciais do país. Isso porque a China é um dos maiores consumidores mundiais do metal e o candidato da extrema-direita do país e líder das pesquisas, Javier Milei, já manifestou sua intenção de deixar de negociar com o hoje parceiro asiático, o que pode causar riscos para suprir a demanda.
Caso Milei vença, ficará a dúvida sobre como será a postura de um eventual governo seu com os chineses, podendo trazer riscos e dificultar os projetos sobre Argentina e lítio.