O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,2% no quarto trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (7). O resultado veio abaixo das projeções do mercado, que estimavam um avanço de 0,4%. No terceiro trimestre, o crescimento havia sido de 0,7%, revisado de 0,9%.
Apesar dessa desaceleração no último trimestre, o PIB brasileiro acumulou um crescimento de 3,4% em 2024, totalizando R$ 11,7 trilhões. O setor de Serviços, com avanço de 3,7%, e a Indústria, que cresceu 3,3%, impulsionaram o resultado anual. No entanto, a Agropecuária teve retração.
Enquanto os demais setores da economia apresentaram crescimento, o agronegócio foi o único que registrou queda no PIB de 2024. De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, o PIB agropecuário recuou 3,2% em relação a 2023, marcando a maior queda desde 2016, quando o setor encolheu mais de 5%. Os principais detratores desse resultado foram a laranja (-21,1%), o milho (-12,5%) e a soja (-4,6%).
Agropecuária: condições climáticas adversas
Condições climáticas adversas foram determinantes para essa performance negativa. Pode parecer clichê, mas é uma verdade incontestável: “o agro é uma indústria a céu aberto”. Ou seja, a produção agrícola é altamente dependente de fatores externos, e quando o clima não colabora, as perdas são inevitáveis.
Em 2024, o agronegócio foi afetado tanto pela escassez hídrica quanto pelo excesso de chuvas. A falta de água comprometeu o início do plantio da soja e prejudicou o desenvolvimento de diversas lavouras em regiões-chave, como Centro-Oeste, Matopiba, São Paulo e Paraná.
Por outro lado, as enchentes no Rio Grande do Sul não apenas causaram uma tragédia humanitária, mas também resultaram em perdas significativas para a produção agropecuária da região.
Perspectivas mais otimistas para 2025
Para 2025, contudo, as perspectivas são mais otimistas. Com uma expectativa de safra recorde, entidades setoriais projetam um crescimento superior a 6% para o PIB agropecuário. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de grãos deve atingir 325,7 milhões de toneladas, estabelecendo um novo recorde e registrando um aumento de 9,4% em relação a 2024. O grande destaque deve ser a soja, principal cultura nacional, cuja produção pode chegar a 166 milhões de toneladas, um salto de 12,4% frente à última safra.
Se as previsões se confirmarem, 2025 pode marcar a recuperação do setor agropecuário, contribuindo para um crescimento mais robusto da economia brasileira como um todo.
Por Tiago Maciel, analista da EQI Research
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