O aniversário de 5 anos de PIX confirma o que a experiência cotidiana já mostrava. Segundo estudo do FGVcemif, mais de 90% dos brasileiros já usaram o meio de pagamento pelo menos uma vez.
A marca consolida o serviço como a principal ferramenta de transferências instantâneas do país e um dos casos mais bem-sucedidos do mundo.
O levantamento também aponta que o valor médio por operação está estabilizado em R$ 190, reflexo do uso cada vez mais presente em compras simples e pagamentos de rotina.
A expansão nacional do PIX
O crescimento do PIX foi rápido e uniforme. Nos primeiros anos, Sudeste e Centro Oeste lideraram a adesão, impulsionados por maior bancarização e acesso digital. Em 2021, mais da metade da população dessas regiões já utilizava o sistema com regularidade.
O estudo destaca que o cenário mudou a partir de 2023. O Norte assumiu a dianteira e passou a registrar as maiores taxas de uso do país, enquanto o Nordeste reduziu a distância histórica em relação ao Sudeste.
Em 2025, todas as regiões superam 85 por cento de adesão. Esse movimento mostra que o PIX se tornou um fenômeno realmente nacional, presente tanto em grandes centros quanto em cidades pequenas, onde a digitalização financeira avançava mais devagar antes da chegada do sistema.
Como o PIX se tornou rotina de pagamento?
O balanço dos 5 anos de PIX explica também por que o serviço se transformou em hábito diário. A frequência de uso cresce ano após ano. Em 2020, o brasileiro realizava cerca de três transações por mês. Em 2025, a média chega a quase 40 operações, sinal de que o recurso passou a substituir outras formas de pagamento, como cartões e dinheiro vivo.
O valor médio das operações mudou bastante desde o início. Nos primeiros meses, as transferências eram mais altas, acima de R$ 500, reflexo de um público inicial mais bancarizado.
Conforme o sistema se popularizou, o valor caiu e encontrou equilíbrio em R$ 190. A estabilidade indica maturidade no uso, já que o PIX passou a atender desde pagamentos pequenos até transferências maiores, sem perder praticidade.
Diferenças regionais, renda e educação
O estudo mostra que a disseminação do PIX atravessa barreiras socioeconômicas. Municípios com renda mais baixa avançaram mais rápido nos últimos anos e hoje se aproximam dos níveis de adesão das cidades mais ricas.
O mesmo vale para municípios com menor índice de alfabetização, onde a frequência de uso é maior. Esses padrões sugerem que, em áreas onde havia menos opções de pagamento, o PIX encontrou terreno fértil para se firmar como solução prática e gratuita.
Idade média da população também influencia. Cidades mais jovens apresentam taxas de adesão mais altas. A familiaridade com tecnologia acelera a aceitação, mas o uso se amplia em todas as faixas etárias. Além disso, municípios com maior diversidade racial hoje registram maior adesão, invertendo o padrão dos primeiros anos.
O impacto da conectividade
A única dimensão em que há diferença persistente é a conectividade. Municípios com acesso limitado à internet ainda adotam o PIX em ritmo mais lento. Mesmo assim, a expansão é contínua e acompanha o avanço da infraestrutura digital.
O que esperar dos próximos anos?
Os pesquisadores do FGVcemif afirmam que apesar dos 5 anos de PIX, a modalidade ainda tem espaço para crescer. A expectativa é que novas funcionalidades ampliem o papel do sistema na inclusão financeira e na digitalização de pagamentos.
Com milhões de usuários ativos e adoção quase universal, o desafio agora é evoluir a partir dessa base consolidada.
Leia também:






