O CPI dos Estados Unidos (EUA) permaneceu inalterado (0,0%) na leitura de julho ante junho, conforme levantamento do escritório de dados estatísticos do país.
A estimativa do mercado para este indicador projetava uma alta de 0,2% e 1,3% em junho. Na comparação anual, o CPI subiu 8,5% frente ao consenso de 8,7% e 9,1% em junho.
Já o Núcleo do CPI avança 5,9% em base anual, contra 6,1% estimado.
O referido indicador diz respeito ao Índice de Preços ao Consumidor, que mede a evolução dos preços de bens e serviços a partir da perspectiva do consumidor.
Este era o dado mais aguardado desta semana, até então, porque seu resultado pode dar mais pistas ao investidor sobre a tendência de o Federal Reserve (Fed, espécie de banco central dos EUA) subir mais ou não a taxa de juros do país. A próxima reunião da autoridade monetária será em setembro.

Economista-chefe da EQI Asset, Stephan F. Kautz disse que esse número foi bom, mais baixo do que o consenso, configurando uma surpresa baixista tanto no headline quanto no núcleo.
“Olhando também a abertura desse número, a gente vê que a parte relacionada com households [famílias] teve uma desaceleração importante. Era uma pressão inflacionária que vinha surpreendendo para cima nos últimos meses, e a gente esperava que fosse desacelerar, e realmente se materializou uma melhora na margem”, destacou.
E disse mais: “além disso, serviços como um todo vieram bem baixinhos no mês, e quando a gente olha aqueles componentes que foram bastante voláteis no período durante a pandemia e pós-pandemia, como por exemplo passagem aérea, custo de hotéis e bens importados duráveis, esses aí começaram agora a ter uma melhora, seja uma desaceleração, seja subir menos ou até deflação na margem.”
Para Kautz, esses números mostram o mercado reagindo, taxas de juros dos EUA caindo na ponta mais curta, e também o dólar apreciando entre 1,5% e 2%.
CPI dos EUA
De acordo com o relatório divulgado ao mercado, o índice da gasolina caiu 7,7% em julho e compensou os aumentos nos índices de alimentação e abrigo, resultando em que o índice de todos os itens permanece inalterado ao longo do mês.
Já o índice de energia caiu 4,6% ao longo do mês, à medida que os índices de gasolina e gás natural diminuíram, mas o índice de eletricidade aumentou.
O índice de alimentos continuou a subir, aumentando 1,1% no mês, à medida que os alimentos em índice doméstico subiram 1,3%.
De igual modo, o índice para todos os itens menos alimentos e energia subiram 0,3% em julho, um aumento menor do que em abril, maio ou junho. Os índices de abrigo, assistência médica, seguro automóvel, móveis e operações, novos veículos e recreação estavam entre os que aumentaram ao longo do mês.
Houve alguns índices que caíram em julho, incluindo os de passagens aéreas, carros usados e caminhões, comunicação e vestuário.
Total de itens
O índice de todos os itens aumentou 8,5% nos 12 meses encerrados em julho, um valor menor do que o aumento de 9,1% no período encerrado em junho. O índice de todos os itens menos alimentos e energia subiram 5,9% nos últimos 12 meses.
O índice de energia aumentou 32,9% nos 12 meses encerrados julho, um aumento menor do que o aumento de 41,6% para o período encerrado em junho. O índice alimentar aumentou 10,9% em relação ao ano passado, o maior aumento em 12 meses desde o período encerrado em maio de 1979.
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