A guerra declarada pela Rússia contra a Ucrânia deu início a um movimento de fuga de capital sem precedentes na história da nação russa. Como efeito colateral, esse recurso precisa ser aplicado em algum outro país.
O artigo abaixo fala como o Brasil pode ser uma ótima opção para essas aplicações. Continue lendo e entenda a atual situação sobre vários aspectos.
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O que é a MSCI?
A sigla MSCI quer dizer Morgan Stanley Capital International. Trata-se de uma grande empresa que fornece referência para o mercado de investidores por meio da composição de índices econômicos.
Existem vários tipos de índice e os investidores internacionais o tomam como balizador das decisões sobre aplicações em países ao redor do mundo.
Grandes fundos institucionais se baseiam na composição dos índices da MSCI para migrar capital de um país a outro, conforme as condições macroeconômicas se apresentam.
Para a questão levantada no título deste artigo, convém concentrar o foco no MSCI Emerging Markets, o indicador de desempenho referente às empresas dos países emergentes.
O índice é composto por nada menos que 25 nações ao redor do globo, entre eles Brasil e Rússia. Ao total, são mais de 1400 empresas que participam diretamente do indicador.
Certamente, a infeliz guerra declarada pela Rússia contra a Ucrânia tem fortes impactos econômicos indicados principalmente pela composição no MSCI Emerging Markets.
Como o Brasil pode se beneficiar com o fluxo de capital vindo da Rússia?
O mundo vem aplicando pesadas sanções econômicas à Rússia desde houve a declaração de guerra. Diversas empresas já abandonaram o país e devem afetar severamente o PIB da nação.
Até mesmo empresas de tecnologia nem sequer operam mais dentro das fronteiras do país. Com toda essa migração de capital, novos mercados precisam receber os recursos.
Veja a seguir dois pontos principais ocorridos com a saída de capital que podem beneficiar o Brasil. Acompanhe.
Índice MSCI
A Rússia sofreu um duro golpe em relação ao índice de mercados emergentes da MSCI: ela simplesmente foi excluída do indicador.
Aparentemente, isso aparentemente pode não significar muita coisa, já que estamos acostumados a ver a entrada e saída de empresas e fundos que compõe índices como o IBOV ou o IFIX.
No entanto, não é bem assim. A situação é bem diferente nesse caso.
A retirada da Rússia como país componente do indicador MSCI gera um grande fluxo de capital, pois as empresas ora instaladas no país estão retirando (ou já retiraram) suas operações de lá.
Já as empresas que ficaram sofreram fortes perdas econômicas nos mercados de bolsa.
Ao total, estima-se que nada menos que US$ 5,9 bilhões em passivos e US$ 21,2 bilhões de ativos movimente-se com essa retirada da Rússia do índice.
Algumas projeções indicam que pelo menos US$ 1,34 bilhão de todo esse recurso deva fluir para a América Latina. E no momento, o Brasil se mostra como uma boa opção para os investimentos emergentes, devido à alta da taxa Selic, que baliza os juros.
Valorização das Commodities
Outro ponto importantíssimo em tudo que está acontecendo é o mercado de commodities. A Rússia é inegavelmente um grande produtor desses insumos prioritários em nosso planeta.
Grande destaque para o petróleo, com o país ocupando posição e grande relevância.
No entanto, a guerra está fazendo com que a Rússia tenha enormes problemas em relação à produção e comercialização de suas commodities.
Naturalmente, o mundo precisa encontrar outros fornecedores e o Brasil é um grande expoente desse mercado.
Assim, as empresas brasileiras podem se beneficiar bastante com o aumento de caixa pela valorização das commodities, já que com a queda na produção mundial o produto se tornará mais caro.
Um efeito colateral nocivo nesse caso é inflação dos produtos derivados de commodities. No entanto, o Brasil e o mundo já absorveram parte desse prejuízo por conta da crise ocasionada pela pandemia.
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- E mais: Entenda aqui como funcionam os ciclos econômicos e em que fase Brasil e EUA se encontram.
Quais são as vantagens oferecidas pelo Brasil para o fluxo de capital vindo da Rússia?
O Brasil iniciou um ciclo de reformas e de recuperação econômica desde 2016 que vem surtindo um bom efeito agora.
Desde o início da queda dos juros naquela época até a reestruturação de ativos do governo com o intuito de reduzir a dívida pública, tudo contribuiu para um bom desempenho das empresas nacionais.
O reflexo disso é que hoje existem diversos bons ativos no Brasil que podem ser considerados com preço “descontado”. Isso quer dizer apenas que há possibilidade de fazer boas aplicações a preços baixos.
Isso chama atenção do investidor internacional, que, por sinal, já vinha batendo recordes de aplicação na bolsa de valores brasileira.
Além disso, há outros fatores que contribuem para a atratividade do Brasil em relação aos recursos que estão saindo da Rússia nesse momento. Veja a seguir.
Taxa de juros
Um ponto que poderia parecer uma desvantagem para o Brasil em toda esse cenário e que acabou refletindo positivamente foi seu posicionamento quanto a taxa básica de juros.
O Brasil iniciou sua elevação em março de 2021 e nesse ano, foi o país que mais avançou percentualmente falando.
A ideia inicialmente era de conter a inflação. No entanto, essa grande abertura da curva de juros fez com que o país se tornasse interessante para que o capital de longo prazo fosse aportado aqui.
Isso fez com que as reservas cambiais aumentassem de valor e isso contribuiu para a valorização do real frente ao dólar.
De fato, até agora, em 2022, o real é a moeda com maior valorização em todo o mundo. E isso contribui decisivamente para atrair o capital estrangeiro que emigra da Rússia nesse momento de guerra.
Liquidez
Outro aspecto que favorece o Brasil para atrair o capital vindo da Rússia é sua alta liquidez. Trata-se do mercado mais líquido de toda a América Latina, dado o tamanho da economia nacional.
Vale destacar também a facilidade com que investidores podem aportar seus investimentos aqui. Como se diz no mercado, o Brasil é um país fácil de entrar e sair em termos de aplicações financeiras.
Por fim, vale destacar que Brasil e México perderam no índice MSCI de países emergentes nas duas décadas passadas, enquanto China, Taiwan e Índia ganharam. Agora pode acontecer o contrário, com nossa nação reconquistando participação.
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